Pelo menos duas das 14 equipes que tiveram jogos anulados por causa da suspeita de manipulação de resultados pensam em contestar juridicamente a decisão do presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Luiz Zveiter. Cientes de que podem ser punidos se buscarem a Justiça Comum, dirigentes de Internacional e Figueirense estudam a possibilidade de entrar com recurso no próprio STJD para impedir a anulação das suas partidas.
O presidente do Internacional, Fernando Carvalho, acredita que é possível evitar a realização do único jogo do seu clube apitado por Edílson Pereira de Carvalho, a vitória por 3 a 2 sobre o Coritiba.
- Essa medida (a anulação dos jogos) é provisória, então vamos tentar cassá-la, com um mandado de segurança ou no próprio tribunal, quando a medida for julgada. Para mim, os 11 jogos estão sub-júdice, até a decisão do tribunal - observou Carvalho em entrevista à Rádio Brasil. Zveiter não acredita em sucesso de recursos
A diretoria do Figueirense também não ficou satisfeita com a decisão do presidente do STJD. O time catarinense teve duas partidas anuladas: a goleada sobre o Juventude, por 4 a 1, e a derrota para o Vasco, por 2 a 1, ambas fora de casa. O clube vai aguardar a intimação do STJD para decidir se vai entrar com algum recurso contra a medida, segundo informou em seu site oficial.
Mas Luiz Zveiter não acredita no sucesso da empreitada do Inter e do Figueirense. O desembargador declarou que sua decisão foi tomada com base nos depoimentos de Edílson Pereira de Carvalho e na opinião dos membros da comissão formada para analisar o caso.
- Quando se verifica que as partidas estão todas maculadas, porque o árbitro agiu com esse intuito, ninguém pode dizer que uma equipe jogou melhor que outra. Peço ao presidente (do Inter) que ele repense essa decisão (de entrar com recurso). Lamentavelmente, o que ocorreu não foi culpa do tribunal, nem dos jogadores, e sim de uma quadrilha - afirmou Zveiter à Rádio Brasil.
Cruzeiro acata decisão, mas reclama
Embora não pense em tentar impedir a anulação dos seus jogos, o Cruzeiro manifestou sua indignação com a medida imposta por Luiz Zveiter. A equipe mineira é a única entre as envolvidas que havia vencido os dois jogos dirigidos por Edílson Pereira de Carvalho - 4 a 1 sobre o Botafogo, no Mineirão, e 2 a 1 sobre o Paysandu, em Belém.
- Nós acatamos a decisão. O tribunal tem a sua autonomia e desde o primeiro momento nós dissemos que acataríamos. Agora, a gente fica triste porque o Zveiter (Luiz, presidente do STJD) colocou o tempo inteiro que haveria uma comissão que ia estudar caso a caso e nós tínhamos esperança de que os nossos jogos não tivessem que ser repetidos, porque no nosso entendimento não houve absolutamente nada de anormal no jogo - observou o vice-presidente do Cruzeiro, Zezé Perrela.
Enquanto outros times reclamam, o Santos começa a se preparar para a nova realização do clássico contra o Corinthians - o jogo anulado terminou com vitória santista por 4 a 2. A diretoria do Peixe procurou o comando da Polícia Militar para tratar da segurança para a partida, que foi remarcada para o dia 12 de outubro, na Vila Belmiro. Os dirigentes estão preocupados, porque o clássico terá de ser disputado com entrada franca.
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Quem são os indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado
Bolsonaro indiciado, a Operação Contragolpe e o debate da anistia; ouça o podcast
Seis problemas jurídicos da operação “Contragolpe”