Inter pára no Peixe e seca líder para seguir na briga

Porto Alegre – Se alguém comemorou o empate por 0 a 0 entre Internacional e Santos, na noite de ontem, em Porto Alegre, foi o São Paulo. Com o resultado, o time paulista está com confortáveis quatro pontos à frente sobre o time gaúcho, ainda segundo colocado, mas pode impor sete pontos de vantagem caso derrote o Botafogo, hoje, no Morumbi.

Os santistas, embora tenham caído da terceira para a quarta posição (o Grêmio venceu o Juventude por 2 a 1 e agora soma 58 pontos, ante 56 dos paulistas), consideraram o resultado satisfatório. Ainda mais considerando a enorme pressão imposta pelo Inter, principalmente no segundo tempo.

"Ainda acho que o empate fora de casa é um bom resultado. Um ponto fora de casa sempre é importante", afirmou o zagueiro Ronaldo Guiaro. "No segundo tempo, o Inter teve mais oportunidades, mas o Santos se comportou bem. Queríamos sair com a vitória, mas dadas as circunstâncias, foi um resultado até que aceitável", analisou o goleiro Fábio Costa, o grande personagem da partida.

Criticado até pelo presidente Marcelo Teixeira após a derrota por 1 a 0 contra o São Paulo, no último domingo, por ter escalado o time no 4–5–1, o técnico Vanderlei Luxemburgo não quis saber de arriscar. O Santos, que não vence fora do estado de São Paulo desde março, entrou no gramado do Beira-Rio com um sistema de três zagueiros. O setor defensivo do Santos, aliás, funcionou muito bem. Ávalos, Ronaldo Guiaro e Luiz Alberto fizeram grande jogo, ao contrário do meio-campo e ataque santistas, completamente incipientes. Até por esse motivo, a partida começou muito truncada.

O Santos percebeu que a saída para se impor no jogo era fazer uma forte marcação de meio-campo. Dessa maneira, aos 32, Kléber fez boa jogada na diagonal e Zé Roberto, por pouco, não marcou. Coroando o bom fim de primeiro tempo, o Santos merecia ter marcado aos 40 minutos. Em perfeita cobrança de escanteio, Luiz Alberto subiu, sozinho, para cabecear – a bola passou rente ao poste direito de Renan.

Tentando alongar o momento positivo, Luxemburgo optou por colocar Rodrigo Tabata no meio. Logo depois, tirou Jonas – que tropeçou demais na bola – para a entrada de Wellington Paulista. Mas as modificações não surtiram efeito. Foi o momento, então, da boa defesa santista brilhar: nas muitas tentativas gaúchas – o Inter não deu chances para que o Santos sequer respirasse – a bola sempre parava nos três zagueiros ou na excelente atuação de Fábio Costa.

Em Porto Alegre

INTERNACIONAL 0Renan; Ceará, Índio, Ediglê e Hidalgo (Fabinho); Wellington Monteiro, Edinho (Léo), Adriano (Pinga) e Alex; Luiz Adriano e Iarley. Técnico: Abel Braga.

SANTOS 0Fábio Costa; Luiz Alberto, Ronaldo Guiaro e Ávalos; André Oliveira, Heleno (Rodrigo Tabata), Cléber Santana, Zé Roberto e Kleber; Jonas (Wellington) e Reinaldo (André Luís). Técnico: Vanderlei Luxemburgo.

Estádio: Beira-Rio. Árbitro: Clever Assunção Gonçalves (MG). Amarelos: Adriano (I); Heleno, Zé Roberto, Ávalos e André Luiz (S). Renda: R$ 188.275,00Público: 26.559 pagantes.