Muito diálogo. É o que promete Aluízio José Ferreira em seu mandato-tampão de dois meses à frente da Federação Paranaense de Futebol. De temperamento ameno e ar diplomático, o advogado, despachante e produtor rural nas horas vagas (que são poucas) não tem a pretensão de ser candidato em abril de 2008.
Por enquanto, revela, quer se concentrar nos próximos 60 dias. Depois do afastamento imposto pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) na última quarta-feira ao presidente Onaireves Moura, Ferreira foi colocado à frente da Federação diante da negativa do vice, Jorge Dib Sobrinho, que alegou problemas pessoais para não assumir o posto deixado pelo polêmico antecessor.
Em 2006, por dois meses, Ferreira também foi presidente interino da Federação. A proximidade de Ponta Grossa onde reside e mantém sua vida profissional e o bom relacionamento na FPF fizeram com que ele voltasse ao cargo. A nomeação ocorreu na última terça-feira, mas somente dois dias depois ele pôde conversar com os companheiros e com o próprio Moura, que voltava da viagem ao Rio de Janeiro, de onde trouxe, na bagagem, um gancho de três anos e dois meses imposto pelo STJD.
Nesta semana, Ferreira, evangélico e torcedor do Coritiba, pretende pôr a casa em ordem. Ele elenca prioridades: a negociação dos débitos da entidade, a liberação do Pinheirão e o acompanhamento da auditoria que está em andamento.
Como pretende administrar a Federação nos próximos dois meses?
Só assumi o cargo porque o Dib não aceitou por problemas particulares. Hoje eu penso apenas nos próximos 60 dias. Tenho coisas imediatas para fazer. A primeira é a liberação do Pinheirão (interditado no último dia 30) e a segunda é acompanhar a auditoria que uma empresa independente fará na Federação.
E em relação às dívidas da Federação?
Além de tributos federais e municipais, os salários dos funcionários estão atrasados.
Vou tomar conhecimento das dívidas, compor um acordo com todos os credores. Na época em que estive na presidência no ano passado busquei uma proposta de parcelamento do INSS, mas pretendo rever esse assunto agora. Vou fazer de tudo para não deixar a casa cair. Fui eleito em pleito aberto pela confiança que meus colegas depositaram em mim.
Como viu a punição imposta a Onaireves Moura?
Pelas matérias que acompanhei pelos jornais e pelas conversas que tive, acho que é um problema pessoal entre ele e o procurador. Não vi falsificação de documentos e acho que a charge nem foi feita pelo Moura. Na minha opinião foi uma disputa pessoal, um chamou o outro de cara-de-pau e o outro para revidar chamou de corrupto.
Você está na Federação desde 2005 e no cargo de presidente pela segunda vez. Pretende concorrer na eleição de abril do ano que vem?
No momento não penso nisso, quero só tocar os próximos dois meses e resolver problemas emergentes, como a liberação do Pinheirão, que teve erros judiciais em sua interdição, as dívidas e a auditoria. É claro que faço parte de um grupo e sempre trabalhei assim. Não forcei a barra e nem vou forçar, quero fazer composição com os meus colegas e ver o que eles vão concluir.
Você foi presidente em três mandatos da Liga de Ponta Grossa e teve muito contato com os clubes amadores. Como deve ser seu contato com os clubes profissionais à frente da Federação?
Não quero confrontos. Vou pedir a ajuda dos clubes e a cooperação das ligas. Embora elas trabalhem com a base, elas têm o seu papel, fazem campeonatos com todas as categorias envolvidas. O futebol amador é puro lazer, ninguém ganha dinheiro com isso, e quero fortalecer esse segmento.
Sua vida profissional e familiar está centrada em Ponta Grossa. Pretende fixar residência em Curitiba devido ao novo cargo na Federação?
Isso eu ainda não decidi. Por enquanto estou trabalhando no meu escritório de despachante pela manhã e indo à tarde cumprir expediente na Federação. Já estava acostumado com as viagens porque estou fazendo especialização em Direito Ambiental na PUC três vezes por semana. Vai ser duro, mas vou manter minha rotina, ir me adequando.
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