O nascimento do tricampeão mais jovem da Fórmula 1 na despedida do maior vencedor das pistas. Uma corrida emocionante no campeonato mais equilibrado da história da categoria. Foi assim, com esse coincidente balanço, que o GP do Brasil coroou ontem um novo gênio da velocidade, o alemão Sebastian Vettel, apontado como o sucessor da lenda Michael Schumacher, que fez ontem sua última corrida.
Aos 25 anos, o piloto da Red Bull completou três conquistas na elite do automobilismo mundial. Não venceu em Interlagos foi o sexto colocado em uma prova molhada e imprevisível , mas conseguiu manter três pontos de distância para o rival Fernando Alonso, que chegou em segundo, atrás do inglês Jenson Button e à frente do brasileiro Felipe Massa.
"Não sei o que dizer. Quero agradecer ao meu time. Às vezes você é criticado por dizer frases desse tipo, mas é como me sinto. Acho que sou mais um. Sei que dirijo o carro e que um erro compromete tudo, mas o que conseguimos hoje não foi mérito dessa corrida, mas desde que entrei para o time [em 2009]", falou o tricampeão com cara e jeitão de garoto.
Com o título, ele se junta a nomes como Ayrton Senna, Nelson Piquet, Niki Lauda, Jack Brabham e Jackie Stewart. Mais vencedores do que ele, além de Schumi, apenas Alain Prost (quatro) e Juan Manoel Fangio (cinco).
Mais do que as dificuldades da própria corrida ele foi atrapalhado pelo companheiro Mark Webber na largada, rodou na primeira volta após um toque de Bruno Senna, ficou sem rádio comunicador, caiu para a última posição e também contou com erros de estratégia nos pit-stops. Também por isso, considera essa a sua conquista mais difícil.
Sem um carro competitivo no início do ano, o alemão ficou longe da briga por cinco meses. Enquanto isso, a temporada se manteve equilibrada, com o recorde de oito vencedores distintos.
Na segunda metade da temporada, com um carro melhor, encaixou quatro triunfos seguidos, tomou a liderança de Fernando Alonso e estendeu a três anos seu domínio na F1. Nesse período, em 57 corridas, venceu 21 (37%).
"Quero aproveitar o agora. Não penso nos próximos anos, em quebrar recordes do Schumacher, mas sim no hoje. Tenho contrato até o fim de 2014 e estou feliz. Não acho que minha história acaba aqui. Estou comprometido", cravou Vettel.
Haddad quer prova em SP "até 2022"
O prefeito eleito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), confirmou ontem, em sua primeira visita a Interlagos, que trabalha para renovar o contrato do GP Brasil "pelo menos até 2022".
O petista, o prefeito Gilberto Kassab (PSD) e o chefão da F1, Bernie Ecclestone, se reuniram na sexta para discutir, entre outros temas, a renovação. Então, Kassab apresentou Haddad a Ecclestone.
"Os pilotos, as equipes, a organização, a população, todos gostam [do GP em São Paulo]. Os custos [com reformas] serão diluídos ao longo de oito anos", argumentou Haddad. Uma das intervenções mais urgentes é a reforma do paddock, principal exigência da FOM (Formula One Management), que gerencia a F1, para a renovação.
"As exigências são de natureza técnica: segurança dos pilotos e trabalhadores, conforto das escuderias, nada que não seja do interesse da prefeitura fazer", disse Haddad.
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