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Em situação delicada na busca pelo título do Brasileiro, o Internacional evoca o "espírito" de seu mascote na partida de amanhã, contra o Coritiba. Para roubar a taça que praticamente já está nas mãos do Corinthians, o único jeito é aprontar como o Saci. O folclórico negrinho de gorro vermelho é famoso por incomodar os menos atentos com suas peraltices. Vencer o Coxa, contar com derrota do Timão e ainda tirar cinco gols de saldo é o tipo de traquinagem perfeita – e um desafio e tanto – para o famoso personagem de uma perna só.

Nas arquibancadas do Couto Pereira, uma turma de sacis predendem fazer o possível para ajudar o time a surpreender. São integrantes da associação Saci-Colorado, de Curitiba, uma espécie de extensão do consulado oficial do clube gaúcho na capital paranaense. Revoltados com a interferência de fatores externos na classificação do Nacional e ainda tentando manter a fé no tetracampeonato, os cerca de 200 associados – com família e amigos a tiracolo – prometem muita gritaria para que o Inter faça pelo menos sua parte.

"É só o que podemos fazer. Gritar, incentivar", fala o diretor-geral do consulado curitibano, Kurt Winter, 64 anos, dono de um escritório de contabilidade. "É muito difícil ser campeão. O Coritiba está desesperado, vai endurecer. E ainda dependemos do resultado do Corinthians", comenta, orgulhoso de levar o clube no sobrenome. O apoio ao grupo comandado por Muricy Ramalho começará hoje, no desembarque em Curitiba. A recepção será calorosa no aeroporto e na frente do hotel. À noite, está previsto um jantar com a presença da diretoria colorada.

Caravanas de pelo menos sete municípios confirmaram presença na cidade, segundo Winter – Joinville, Camboriú, Florianópolis, Brusque, Paranaguá, Ponta Grossa e Guarapuava. "Como são poucos ingressos, vai ter gente nas mãos dos cambistas", aposta o diretor do consulado do Inter.

O fio de esperança na conquista – item obrigatório até para o torcedor menos otimista – é superado de longe pela insatisfação com o andamento da disputa. "Mesmo que não venha o título, estou satisfeito. Fomos o único time que deu alegria ao campeonato, senão o Corinthians já estaria comemorando antecipadamente", comenta o cônsul Aurélio Fuchs, 43 anos, que é gerente de produção. "A partir da virada de mesa que deu quatro pontos a mais para o Corinthians, o Brasileiro perdeu a graça. O resultado desse campeonato teve grande colaboração do STJD, da CBF e da arbitragem", afirma, sem esconder a irritação com a repetição dos 11 jogos apitados por Edílson Pereira de Carvalho – réu confesso de manipular resultados. A medida foi bem aproveitada pelo Timão, que recuperou em campo quatro pontos que havia deixado de somar nas partidas anuladas.

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