Se o governo dos EUA planeja um muro na fronteira com o México para conter imigrantes, a NBA desenha situação parecida. A edição 2006-2007 da liga dá a largada hoje, com abertura recorde a atletas estrangeiros. E isso já começa a incomodar.
Nesta temporada, pela primeira vez, todas as equipes contam com ao menos um forasteiro no elenco. Dos cerca de 450 jogadores em ação a partir desta noite, 99 vieram de 39 países de cinco continentes.
"Estou surpreso com o número de atletas do mundo capaz de jogar na NBA", admite David Stern, principal dirigente da liga e arquiteto de seu projeto de internacionalização. "Temos de reconhecer que hoje há muitos países que se desenvolveram e são competitivos. Isso é bom para o esporte", acrescenta, lembrando o fracasso dos EUA nos últimos Mundiais e Olimpíadas.
Atento aos novos mercados, ele programou uma pré-temporada européia, com times da NBA enfrentando destacadas equipes do velho continente. Houve seis vitórias norte-americanas e duas européias nesses duelos, disputados em cinco países: Espanha, França, Rússia, Alemanha e Itália.
A iniciativa, que retirou até dos times da NBA a aura de invencíveis, não foi bem vista. Mark Cuban, proprietário do Dallas, finalista da última temporada, por exemplo, comparou a internacionalização à fábula do sapo e do escorpião, na qual o anfíbio atravessa um rio com o outro animal nas costas.
"Quando se vê a salvo, do outro lado da lagoa, o animal diz: "Obrigado, mas ainda sou um escorpião e pica o sapo, matando-o. A Europa fará o mesmo com a NBA", prevê o dirigente, cujo time tem como maior astro um alemão, Dirk Nowitzki. "A NBA deveria concentrar esforços em cidades daqui que não contam com times do que dar ênfase a outros mercados", critica, referindo-se ao fato de o basquete perder público interno para outros esportes, como futebol americano e beisebol.
Alheia às críticas, a direção da NBA planeja pré-temporada internacional ainda mais alongada para 2007. "Londres, Colônia, Roma, Málaga, Barcelona, Tel Aviv, Praga... Há uma longa lista de cidades que mostraram interesse", diz Stern.
Um chinês, Yao Ming (Houston), foi o mais votado na eleição para o último Jogo das Estrelas. Nos últimos dois anos, um canadense, Steve Nash (Phoenix), foi eleito o MVP (melhor jogador) do torneio. Outro astro da liga, o espanhol Pau Gasol (Memphis), levou o mesmo prêmio no Mundial.
Para hoje, estão previstos dois jogos: Miami x Chicago e Lakers x Phoenix.
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