O mensalão do apito prestes a completar três meses começa a perder força na esfera legal. No Tribunal de Justiça Desportiva (TJD-PR) corre um segundo inquérito ainda sem grandes revelações. Já na Promotoria de Investigação Criminal (PIC), o processo parece engatinhar.
Desde a condenação no TJD de quatro árbitros e do diretor-administrativo da Federação Paranaense de Futebol (dia 18/10), quase nada ocorreu. O recurso no STJD, que tende a confirmar o julgamento em primeira instância, não tem ainda sequer uma data marcada. "Possivelmente, a sessão será no início de dezembro", prevê Domingos Moro, advogado dos juízes de futebol citados como membros da possível "máfia do apito".
O tribunal esportivo do estado também tenta avançar na apuração de novas irregularidades, mas sofre com a falta de colaboração de algumas testemunhas. Fernando Homann, ex-chefe da Comissão de Arbitragem, e Antônio Mikulis, ex-dirigente do Operário, não aceitam depor. Ambos são considerados peça-chave em denúncias que envolvem Onaireves Moura, presidente da FPF.
"Estamos trabalhando, analisando os documentos que recebemos... Sem dúvida, na próxima semana, teremos alguma conclusão sobre os fatos. Precisamos intimar mais pessoas neste período", explica Paulo Gradela, auditor que comanda o novo inquérito.
O ex-árbitro Valdir Bicudo que diz ter ouvido, através de uma fonte com o nome mantido em sigilo, conversa gravada com "teor explosivo" podendo até "anular a Série Prata" reforçará essa lista de ausentes. Chamado para se pronunciar amanhã, antecipou que vai faltar. "Estou fora da arbitragem desde novembro de 97. Além disso, não tenho provas. E se o tal sujeito some com a fita?", justifica.
Com relação à PIC, com poderes para quebrar de sigilos bancário, telefônicos e fiscais dos suspeitos, também pouco se fez até agora. Mesmo com a denúncia em mãos (há exatamente três semanas), ainda não designou um promotor para assumir o caso que em princípio deverá ser mantido em sigilo, conforme informou ontem a assessoria de imprensa do órgão.
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