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Alain Bernard foi o primeiro homem a nadar os 100 m livre abaixo dos 47 segundos | François-Xavier Marit/ AFP
Alain Bernard foi o primeiro homem a nadar os 100 m livre abaixo dos 47 segundos| Foto: François-Xavier Marit/ AFP

O primeiro homem a nadar 100 metros abaixo dos 47 segundos é francês. O primeiro a fazer os 50 m livre abaixo dos 21 segundos, também. Depois de mais de um século de domínio norte-americano e australiano, parece ter chegado a hora de uma revolução francesa nas piscinas.

No Campeonato Francês de Natação, semana passada, Alain Bernard terminou os 100m livre em 46s94, baixando o recorde mundial do australiano Eamon Sullivan (estabelecido nos Jogos de Pequim, em 47s05). A nova marca ainda não foi homologada pela Federação Internacional de Natação (Fina) porque o atleta usou um modelo de maiô (o Jaked) ainda não aprovado pela instituição.

Na mesma competição, Fred Bousquet cravou 20s94 nos 50 m livre, prova em que o brasileiro César Cielo ganhou a medalha de ouro na Olímpiada, com o tempo de 21s30. "A partir dos Jogos de Atenas (2004), houve um grande investimento na ciência, nos treinamentos, nas seleções nacionais e um investimento maior da iniciativa privada na França, o que pode ser copiado pelo Brasil", diz o treinador brasileiro Alex Pussieldi, radicado nos Estados Unidos e comentarista da natação para o canal SporTV nos Jogos Olímpicos de Pequim.

No femimino, o expoente é Laure Manaudou. É dela o primeiro ouro em Olimpíada entre as mulheres do país, conquistado nos 400 m livre em Atenas. Na época, tinha 17 anos. Foi ainda tricampeã mundial e é a terceira mais importante atleta francesa, segundo o jornal esportivo L’Equipe. Está atrás somente de Zinedine Zidane, ícone do futebol, e da tenista Amélie Mauresno. A posição Laure no ranking indica o aumento da popularidade da natação em terras francesas.

Fernando Scherer, o Xuxa, medalha de bronze nos 50m livre em Atlanta (1996 e no 4 x 100 m livre em Sydney (2000), afirma que os resultados franceses não são surpresa alguma. "O que eles têm feito? Treinado! São nomes já conhecidos, não surgiram da noite para o dia", diz.

Bousquet, que hoje treina em Aubourn (a universidade de Cielo), nos Estados Unidos, ao lado de Manaudou, com quem namora, vinha tentando bons resultados desde 2000. Disputou três Olímpíadas e a melhor performance havia sido um quinto lugar no 4 x 100 m medley.

Bernard, antes do recorde do último final de semana, já acumulava três medalhas conquistadas em Pequim: além do bronze nos 50 m livre, ganhou uma prata com o revezamento 4 x 100 m e o ouro nos 100 m livre. Com o primeiro lugar no pódio em solo chinês, acabou com um jejum de 56 anos. A última medalha dourada dos franceses na natação havia sido com Jean Boiteux, nos 400 m livre.

O supervisor técnico do Esporte Clube Pinheiros (um dos principais centros de natação do Brasil), Alberto Pinto da Silva, destaca, porém, que não se trata de uma geração dourada que ascende na França. "É a circunstância. Estão fazendo um excelente trabalho na formação não só de atletas, como também de técnicos que vêm sendo lapidados", falou.

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