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As disputas em torno da eleição geral do Iraque causaram tensões políticas internas e despertaram preocupações entre autoridades norte-americanas que desejam retirar suas tropas do país, mas o povo iraquiano está mais preocupado com uma suspensão imposta pela Fifa à seleção de futebol do Iraque.

Por um momento em 2007, no auge da violência sectária que aconteceu após a invasão de 2003 liderada pelos EUA, os tiros ouvidos em Bagdá não eram de qualquer conflito, mas em comemoração pela surpreendente conquista da seleção iraquiana na Copa da Ásia.

Na semana passada, o Iraque foi suspenso pela Fifa de qualquer partida internacional devido à "interferência do governo" na federação de futebol do país, uma notícia que entristeceu mais os iraquianos do que o provável adiamento da eleição nacional.

"Não estamos interessados nas eleição. Isso é sempre a mesma história e nada de bom vai acontecer. O futebol é 100 vezes mais importante. O futebol une os sunitas, os xiitas e os curdos", disse Israa Munthar, falando por um grupo de três mulheres que faziam compras.

A eleição iraquiana tem como objetivo consolidar a democracia e abrir caminho para uma retirada parcial das tropas dos EUA do país no ano que vem. No entanto, o pleito não deve ser realizado em janeiro como planejado devido a disputas políticas que atrasam a aprovação de uma lei necessária para a votação.

A maioria dos iraquianos entrevistados no centro de Bagdá nesta terça-feira disse que não tem grande expectativa para a eleição, mas que a suspensão da Fifa era uma enorme preocupação.

"Duvido que haverá eleições após a atuação dessas pessoas que se dizem políticos. O futebol é mais importante, e isso não deveria ter sido politizado. O futebol é algo que une todos os iraquianos", disse o aposentado Mamdouh al-Qubaysy, sentado numa cafeteria.

A suspensão imposta pela Fifa foi uma consequência da disputa pela administração esportiva no país entre o Comitê Olímpico Iraquiano e a federação de futebol. O comitê determinou a eleição de uma nova diretoria para o órgão responsável pelo futebol, o que levou a Fifa a intervir e punir o país das competições e partidas internacionais.

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