Já está virando tradição. Assim como em 2008, quando a segunda vaga da Divisão de Acesso foi decidida pela Justiça Desportiva, a rodada decisiva do hexagonal deste ano também terminou em polêmica e poderá parar nas mãos do TJD. A partida entre AFA/Foz e Arapongas é o centro dos problemas. Além de uma suspeita de suborno, há uma possível escalação irregular de atletas, o que poderia alterar a classificação final do torneio.
O time da fronteira, que já havia perdido por W.O. na rodada anterior para o Roma, escalou juniores não inscritos na competição contra o Arapongas. "Tenho certeza de que a Federação vai considerar este jogo como W.O. Já imaginou se outros times começarem a fazer a mesma coisa? Isso não pode virar moda", diz o presidente do clube, Adir Leme.
Por outro lado, o diretor administrativo do AFA/Foz, Arif Osman, contesta. "Tivemos problemas para escalar o time, sim. Vários jogadores, não se sabe o motivo, simplesmente sumiram da concentração. Jogamos com cinco atletas inscritos e o restante das nossas categorias de base", garante.Caso a equipe seja excluída do campeonato, a classificação final mudaria. O Serrano ainda teria o título, mas o Operário perderia a vaga à primeira divisão para o Arapongas. O Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), porém, fala de perda de pontos para o caso de uso de atleta irregulador.
Outra denúncia vem do fundador e presidente da AFA, Welton Terra Júnior, que "alugou" o departamento de futebol do time de Umuarama para o Foz do Iguaçu neste campeonato. Na sexta-feira, ele protocolou um Boletim de Ocorrência denunciando um suposto suborno envolvendo o AFA/Foz e o Arapongas.
"Recebi uma ligação de um diretor do Arapongas querendo saber se eu ainda respondia pelo time. Disse que quem estava no comando era o Lóli (Loiri José Della Corte, presidente do Foz) e o Arif. Ele queria pagar R$ 25 mil ou mais para que o AFA/Foz não entrasse em campo. Como não tenho nada a ver com a história, fui à polícia para, caso o W.O se confirmasse, anular o jogo", conta.
"Ninguém no clube teria autonomia para fazer uma proposta dessas. Ainda mais porque dependíamos de dois resultados e tínhamos certeza de que o time deles não tinha condições de jogo. Não se joga uma quantia dessas fora assim", afirma Leme.