Brasileiro com mais chances de um bom resultado em Vancouver não teve sorte e acabou apenas na 19ª colocação| Foto: Martin Bureau / AFP

Nos Jogos de Turim, Isabel Clark marcou seu nome na história dos esportes de inverno no Brasil. Quatro anos depois, em Vancouver, ela mal conseguiu sonhar em repetir o feito. A carioca de 33 anos caiu em suas duas voltas de classificação e sequer avançou para as quartas de final na disputa do snowboard cross, nesta terça-feira. Entre as 21 concorrentes que foram para a pista na Cypress Mountain, Isabel terminou em 19º lugar, 10 posições atrás do feito obtido em 2006.

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"Eu gostaria de ter ido melhor, queria pelo menos ter completado a pista sem cair. Se eu tivesse simplesmente completado, poderia passar para as quartas, já que houve várias quedas. Mas meu objetivo não era completar mais ou menos. Tentei ir com tudo, infelizmente em alguns setores perdi o controle e caí. Estou triste por não ter ido às finais, mas satisfeita por ter feito meu trabalho", afirmou Isabel, em entrevista ao SporTV após a prova.

A competição sofreu adiamentos e interrupções por causa do clima, e a brasileira não conseguiu vencer todos os obstáculos da pista.

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"Estava uma chuva muito forte mais cedo, parecia chuva tropical do Brasil, só faltou a trovoada. Havia muita neblina, então eles esperaram as melhores condições para começar a competição. Estava difícil, a pista é bem exigente. No começo eu me senti muito bem, mas não conectei bem em obstáculos, e caí na primeira e na segunda volta", explicou a brasileira.

Por causa da chuva que caiu pela manhã na Cypress Mountain, o início das baterias foi adiado de 16h (de Brasília) para as 18h. As 24 atletas inscritas (três delas desistiram) tinham direito a dar duas voltas na pista para a tomada de tempo que define as 16 classificadas para as quartas de final. A suíça Sandra Frei abriu a rodada inicial e cravou 1m29s43. Logo em seguida, a búlgara Alexandra Jekova sofreu uma queda e, diante das condições ruins de visibilidade, a organização interrompeu a ação.

Foi a primeira de três pausas, mas nada parecia atrapalhar o bom humor das competidoras. Fora da pista, várias delas brincavam com os cinegrafistas e sorriam o tempo todo. Isabel também parecia tranquila, posando para fotos. A brasileira foi a 13ª a cair na pista para a tomada de tempo, mas levou um tombo meio do trajeto. A brasileira se levantou e terminou o percurso em 1m41s10. Na segunda rodada, Isabel voltou a cair e só conseguiu o tempo de 1m51s65, que a deixou parcialmente em 16º lugar.

A posição seria o bastante para avançar às quartas, mas ainda havia oito rivais abaixo de Isabel com a chance de melhorar o tempo na segunda volta. A primeira "secada" deu certo, e a canadense Dominique Maltais também caiu, fazendo o tempo de 1m45s56. Mas logo na segunda adversária, Isabel perdeu o posto e a esperança de melhorar sua performance em relação a Turim. A canadense Maelle Ricker brilhou na pista, fez 1m25s45 e acabou com as chances da brasileira na competição. A disputa por medalha continua ao longo da noite, nas baterias das quartas, das semis e da final.

Apesar do resultado ruim em Vancouver, Isabel continua sendo a melhor brasileira na história dos Jogos de Inverno. Em Turim-2006, ela ficou em nono lugar no snowboard. Quinze vezes campeã brasileira e dona de cinco títulos sul-americanos, ela foi a única atleta da América Latina a competir em Vancouver na prova.

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Na segunda-feira, diante de condições de visibilidade bem melhores, o americano Seth Wescott venceu a prova de maneira eletrizante. O snowboarder de 33 anos chegou a ficar em quarto lugar na bateria final, mas fez uma espetacular corrida de recuperação. Ele ultrapassou os três adversários, batendo o canadense Mike Robertson nos últimos metros para conquistar a medalha de ouro. O bronze ficou com o francês Tony Ramoin.