| Foto: Christophe Simon/AFP

A Jamaica deixou para trás potências de primeiro mundo, como os Estados Unidos, e confirmou, em Pequim, a condição de nação mais poderosa do atletismo nas provas de velocidade. Um dia depois do assombroso desempenho de Usain Bolt, foi a vez de as mulheres do Caribe encantarem os chineses nos 100 metros rasos. As jamaicanas dominaram o pódio ontem, e não permitiram que nenhuma intrusa estragasse sua festa. Shelly-Ann Fraser, 21 anos, não tão badalada, terminou a prova em 10s78 e ficou com o ouro. Sherone Simpson, 24 anos e inúmeros títulos internacionais, dividiu o segundo lugar com Kerron Stewart, 24. As duas cruzaram a linha em 10s98, rigorosamente empatadas, e garantiram a prata. O bronze, assim, não foi dado a ninguém. "Foi o efeito Bolt", brincou Fraser, eufórica com o domínio de seu país. (Foto 1)

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Algumas dezenas de torcedores jamaicanos viajaram até a China só para ver o atletismo. Oito jornalistas estão na Olimpíada para acompanhar os astros. Não sem justificativa. Afinal, a modalidade é a mais popular entre os jovens caribenhos, além do futebol.

Bicampeão etíope (Foto 2)

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O etíope Kenenisa Bekele bateu o próprio recorde olímpico dos 10 mil metros. Bicampeão dos Jogos, somando a vitória ao ouro de Atenas-2004, o fundista correu a prova em 27min01s17, voltando a bater a marca. Há quatro anos, ele venceu com 27min05s10. A disputa foi apertada com seu compatriota Sileshi Sihine, mas nos metros finais Bekele assumiu a liderança e liderou. Sihine marcou 27min02s77.

Nadal: ouro e número 1 (Foto 3)Difícil imaginar cenário melhor. O espanhol Rafael Nadal assumirá hoje, pela primeira vez na carreira, a liderança do ranking mundial do tênis. Com a medalha de ouro olímpica no peito, depois da conquista do torneio de simples. Na decisão em Pequim, ontem, Nadal bateu, sem muita dificuldade, o chileno Fernando Gonzalez por 3 a 0, com parciais de 6/3, 7/6 e 6/3.

Absoluto no jogo – como na competição olímpica –, Nadal vibrou muito e disse que agora vai "curtir o momento" antes de pensar no último grande torneio da temporada, o Aberto dos EUA, que começa na próxima segunda-feira, dia seguinte ao encerramento da Olimpíada. Modesto, disse que provavelmente voltará a ser número 2 em alguns meses.

Na chave feminina, o título ficou com Elena Dementieva, que começou perdendo mas bateu a compatriota Dinara Safina por 3/6, 7/5 e 6/3.

Remada a remada (Foto 4)

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O contraste entre a tristeza dos britânicos (primeiro plano) e a alegria dos canadenses resume o que foi a prova do Oito com masculino, no remo. Por dois segundos, o barco canadense levou a medalha de ouro, encerrando uma disputa apertada do início ao fim. O grande destaque do domingo no remo foi a vitória dos Estados Unidos no Oito com feminino. As americanas conquistaram um ouro que desde os Jogos de Moscou, em 1980, ficava com a Romênia – as européias tiveram de se contentar com o bronze.Drama repetido (Foto 5)

Principal nome da ginástica chinesa, Feng Chei repetiu em casa um pesadelo vivido em Atenas. Nos Jogos da Grécia, há quatro anos, ela perdeu a chance de disputar o ouro no solo ao cair durante sua apresentação. Ontem, uma reprise em dose dupla. Chei caiu no salto e no solo. Na primeira prova, ela aproveitou a segunda chance – cada ginasta salta duas vezes – para garantir a pontuação que lhe deu a medalha de bronze. Na segunda, sem nova oportunidade, acabou em sétimo. Ela deixou o tablado chorando, amparada pelo treinador, e foi aplaudida por todos os presentes no ginásio.

Apesar da luta...

Rosângela Conceição, a Zanza, teve boa atuação na luta livre, categoria até 72 kg, mas não conseguiu medalha. Foi derrotada pela japonesa Kyoko Hamaguchi, nas quartas-de-final, e perdeu a chance de lutar pelo bronze na repescagem depois que sua algoz caiu, na semifinal, diante a chinesa Jiao Wang.

"Ela (Hamaguchi) é muito experiente, foi medalhista nos últimos Jogos Olímpicos. Tem muita técnica", elogiou. "Não digo que terminei satisfeita, porque gostaria de ganhar uma medalha, mas fiz lutas com meninas muito fortes. Fiquei triste porque já não dependia de mim, é ruim depender dos outros", disse. Ela havia vencido na primeira luta a casaque Olga Zhanibekova.

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Zanza, que atuou como judoca nos Jogos de Atlanta/1996, torce para que a luta possa crescer como esporte olímpico. Ela retomará agora às suas atividades no Hospital Darci Vargas, em São Paulo, num trabalho com crianças portadoras da Síndrome de Down.