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São Paulo – Flagrada em exame antidoping antes do Pan do Rio, a atacante Jaqueline irá alegar que usou suplemento contaminado em sua defesa na Itália.

A jogadora será julgada na madrugada de quinta-feira (de Brasília) pelo comitê olímpico local, responsável pelo teste. O resultado pode sair em até 15 dias.

Logo que soube do exame positivo, Jaqueline afirmou que suspeitava de um chá verde, comprado sem consulta médica para o combate de celulite. Seu antidoping apontava a presença de derivados de sibutramina, estimulante usado em remédios para emagrecer mas que também pode mascarar outras drogas proibidas.

No Pan, o presidente da Agência Mundial Antidoping, Dick Pound, criticou a brasileira. "Uma jogadora de nível internacional tem que tomar mais cuidado com o que toma", declarou.

A defesa da atacante, porém, tentará provar que ela ingeriu cápsulas de CLA (ácido linoléico conjugado) contaminadas.

O laboratório Integralmédica, que teria fabricado o produto, teve suas atividades suspensas pela Anvisa em junho por adulterar suplementos, um deles o CLA. À época, o Comitê Olímpico Brasileiro foi comunicado sobre o problema.

A empresa era uma das patrocinadoras de atletas do ciclismo que foram ao Pan. Magno Nazaret foi cortado às vésperas do evento após testar positivo para sibutramina.

Hoje, após o treino da seleção, Jaqueline não quis dar detalhes sobre sua defesa. Mas declarou que o episódio foi uma lição para todas as jogadoras.

"Eu não vou deixar de ser vaidosa, mas vou tomar mais cuidado, aprendi que tenho de perguntar sempre ao médico o que posso ou não usar. Foi uma dura li-ção", disse ela.

A expectativa da comissão técnica é de que Jaqueline pegue uma pena branda. Ela já está suspensa preventivamente há mais de dois meses.

O CLA é naturalmente encontrado principalmente em leite, derivados e carne bovina. O ácido começou a ser comercializado como suplemento por ajudar na queima de gordura e no ganho de massa muscular.

Segundo resolução da Anvisa de março, a substância não pode ser comercializada no país. A entidade afirma que não existem comprovações sobre a segurança e a eficácia do produto.

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