Decisão dos juniores suspensa até julgamento
Eduardo Luiz Klisiewicz
O Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná aceitou o pedido feito pelo advogado do Trieste e suspendeu a segunda partida da decisão da categoria de juniores do Campeonato Amador de Curitiba. Punido com a perda de seis pontos pela utilização de um jogador em condições irregulares, o time de Santa Felicidade estaria fora da decisão deste fim de semana, abrindo espaço para o Vila Fanny, 3º melhor colocado da fase classificatória.
O problema todo começou com o julgamento no TJD na última quarta-feira. A Federação Paranaense de Futebol denunciou o jogador Radamés Prestes, do Trieste, por atuar em uma das partidas da fase classificatória estando suspenso pelo terceiro cartão amarelo.
"O resultado saiu na quarta-feira e na quinta entrei com um pedido para que a Federação não marcasse o jogo deste sábado até o resultado do julgamento do recurso. Eles não atenderam nosso pedido e fomos ao TJD para conseguir essa suspensão", disse o advogado Osires Nadal, representante do Trieste.
O julgamento do recurso será na próxima quinta-feira no pleno do TJD. Até lá o jogo segue suspenso. Na primeira partida da decisão o Triste foi derrotado por 2 a 0 pelo Santa Quitéria. Caso o tribunal decida por manter a decisão que determinou a perda dos pontos, o Triste esta eliminado e o Fanny decidirá o campeonato contra o Quitéria.
Há 23 anos sem conquistar o título da Divisão Principal da Suburbana, o Santa Quitéria está a apenas 90 minutos de quebrar a escrita. Com a vitória sobre o Trieste por 1 a 0 na primeira partida da finalíssima, um empate neste sábado decide o amador curitibano. O jogo começa às 16h30, no estádio Francisco Muraro, em Santa Felicidade.
Chance de encerrar o tabu que, naturalmente, não será nada simples de realizar - a última volta olímpica foi em 1987. Afinal, do lado de lá está um adversário que sentiu recentemente o gostinho de ser campeão. Os italianos que atuam em casa levantaram o troféu em 2006. E com uma vitória, levam a decisão para a terceira partida, a ser disputada em campo neutro possivelmente, a Vila Capanema.
"Posso afirmar que estamos bem tranquilos. Nossa rapaziada tem a cabeça boa. Chegamos até aqui trabalhando sem alarde e não vai ser agora que vamos nos deixar levar pela euforia. Não tem nada de 'já ganhou'. Todo mundo sabe da dificuldade que vamos enfrentar", diz Juninho, técnico do Quitéria.
As duas equipes se enfrentaram duas vezes na competição e nas duas oportunidades a equipe verde-e-amarela venceu. No entanto, será o primeiro encontro no reduto triestino. E, ao contrário do jogo anterior, quando contaram com o apoio maciço da galera, que lotou o Maurício Fruet, desta feita o Quitéria será empurrado por apenas 200 pessoas.
"Nós estamos preparados para enfrentar a pressão. Tenho certeza que o estádio estará lotado e eles vão incentivar o tempo inteiro. Sei como são as coisas no Francisco Muraro. Mas o grupo terá equilíbrio emocional para superar isso. Não vamos jogar uma campanha de mais de 20 jogos fora. Temos de ter muita responsabilidade", complementa o treinador.
Em desvantagem no duelo, o Trieste prevê uma missão complicada. "Será difícil correr atrás de uma vitória com o adversário podendo até perder que ainda assim terá um terceiro jogo. Com certeza eles vão ficar especulando, administrando. Mas nós temos condições de vencer, claro. Com respeito e humildade, acredito no sucesso da nossa equipe", comenta Cláudio Marques, técnico dos donos da casa.
E, embora comande um clube quase profissional no cenário amador da capital, Marques não crê que a estrutura possa fazer a diferença nesse momento decisivo. "É claro que ajuda tudo que temos a disposição para treinamento etc. Mas quando se entra em campo é preciso jogar bola. E quem puder mais, vai chorar menos".
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