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O paraguaio Haedo Valdez faz sinal de positivo antes de entrar no ônibus da seleção: jogador admitiu sofrimento na semifinal | Jorge Adorno/ Reuters
O paraguaio Haedo Valdez faz sinal de positivo antes de entrar no ônibus da seleção: jogador admitiu sofrimento na semifinal| Foto: Jorge Adorno/ Reuters

"É capaz de alguma seleção chegar à final sem vencer nenhum jogo e enfrentando no mata-mata apenas times de seu grupo." Discursos muito parecidos com esse foram feitos antes da Copa América pelos críticos do regulamento. Mas agora há um exemplo concreto: o Paraguai empatou suas cinco partidas, contra apenas três adversários diferentes, e decidirá o torneio no domingo com o Uruguai após desclassificar a surpreendente Venezuela nos pênaltis na noite de quarta-feira.

Condição oferecida pela forma de disputa. Após se classificar como segundo melhor terceiro colocado entre os três grupos – das 12 seleções, 8 passaram às quartas de final –, o time paraguaio continuou pendurado no regulamento. Jogou muito pior do que Brasil e Venezuela, rivais que já havia enfrentado na primeira fase, mas levou os dois confrontos aos pênaltis para obter a vaga.

Enquanto as demais equipes falavam em evolução durante o torneio, os guaranis admitem o processo inverso. Se no 0 a 0 com o Equador, na estreia, disseram ter faltado somente o gol; e no 2 a 2 com o Brasil, pela segunda rodada, lamentaram o empate de Fred no último minuto, a partir de então reconhecem o mau futebol.

"Merecíamos ter perdido", falou Tata Martino após o 3 a 3 no primeiro encontro com os venezuelanos. "Temos de agradecer à sorte e ao [goleiro Justo] Villar", disse após o segundo duelo com o Brasil, quando se deu bem pela primeira vez nos pênaltis.

No reencontro com a Venezuela, a seleção paraguaia levou tanta pressão, com direito a três bolas na trave, que o atacante Nelson Haedo Valdez chegou a comparar a situação com as difíceis condições sociais da terra natal: "O Paraguai é conhecido como um país muito sofrido. Mas desta vez sofremos até não poder mais".

A cada partida, promessas de melhora. Não é diferente agora. "Na final, temos de aumentar a posse de bola. Assim vamos aguentar melhor e depois buscaremos aproveitar as oportunidades de gol que criemos", afirmou o zagueiro Darío Verón.

"Há futebol para isso", garantiu. Ele lembra que, se o Uruguai vem embalado pelo quarto lugar na Copa do Mundo do ano passado, o Paraguai também foi longe naquele Mundial, só sendo desclassificado após uma apertada derrota por 1 a 0 para a campeã Espanha nas quartas de final.

As prorrogações e pênaltis, porém, estão cobrando um preço alto. "Chegaremos exaustos, quase sem oxigênio, com cinco ou seis lesionados e um suspenso", lamentou o goleiro, e herói nacional, Villar. Expulso na última partida, o meia Jonathan Santana está fora da decisão. O atacante Roque Santa Cruz e o lateral-esquerdo Aureliano Torres, lesionados, dificilmente terão condições. Outros jogadores, com fadiga muscular, também podem ser vetados do jogo que marca o retorno guarani a uma final de Copa América após 32 anos – foi campeão em 1979 e 1953.

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