Conheça o circuito de Xangai| Foto:

Apesar de ser o atual campeão, Jenson Button não aparece em nenhuma lista de candidatos ao título desta temporada da Fór­­mula 1, mesmo no seu país de origem, a Inglaterra. Antes de o campeonato começar, para boa parte dos ingleses Lewis Hamil­­ton, seu companheiro na McLa­­ren e campeão de 2008, venceria a disputa entre ambos sem dificuldade. Mas depois de três etapas disputadas, quem está na frente é Button, contra a previsão britânica: é o terceiro colocado, com 35 pontos, diante dos 31 de Hamilton, que é o quarto – o brasileiro Felipe Massa, da Ferrari, lidera com 39.

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Nessa entrevista, Button fala do GP da China, cuja largada será às 4 horas de amanhã (de Brasília), da luta particular com Hamilton e de seus dez anos de Fórmula 1. "Até agora, não tivemos um carro tão rápido", disse o piloto inglês da McLaren, mostrando otimismo para a prova no Circuito Interna­­cional de Xan­­gai. "Acredito que aqui, em condições normais, vamos lutar pela vitória com Red Bull e Ferrari. Sentimos menos a baixa temperatura", comentou ele – a previsão meteorológica indica elevada possibilidade de chuva durante a corrida, e Button ganhou o GP da Austrália, o segundo do ano, no asfalto molhado.

Ao decidir trocar a campeã Brawn GP, atual Mercedes, pela McLaren, muita gente acreditou que Button cometeu o maior erro da vida. Teria de compartilhar a equipe com um excepcional piloto, Hamilton, e que cresceu dentro do time. "Nunca é fácil começar a trabalhar numa equipe onde o outro piloto já está há um bom tempo, mesmo sendo campeão do mundo", disse Button. "Mas até agora não senti nenhuma diferença entre a atenção a Lewis (Hami­­lton) e eu. Pode ser que seja verdade (a preferência a Hamilton), mais para a frente, nunca se sabe".

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Ele também não deixou de manifestar se sentir um pouco atingido com a imprensa de seu país, para quem Hamilton o iria massacrar na McLaren. "Sim, para muitos eu teria enormes dificuldades nessa relação. Mas é sempre assim, há boas e más reportagens. Se você lê muito um dia se sente lá em baixo e no outro nas nuvens", contou Button. E, como que lembrando aos críticos, destacou sua vitória na segunda corrida na McLaren, o que Hamilton ainda não fez este ano. "Esse resultado foi importante para mim. Mostrar liderança no grupo é fundamental, suas decisões são ouvidas visando ao crescimento do time e eu também já fui campeão do mundo."

Parece que sua luta inicial foi vencida: demonstrar à McLaren também ser capaz de enfrentar a forte concorrência do alemão Sebastian Vettel, da Red Bull, e da dupla da Ferrari, formada por Massa e pelo espanhol Fernando Alonso, além do próprio Hamilton. "Eu ainda não estou produzindo o meu máximo. O carro da McLaren é bastante diferente de tudo o que pilotei até agora, em especial os freios, mas logo eu chego lá", garantiu Button, mostrando confiança depois de ver que a situação dentro da escuderia está tomando rumo distinto da prevista por muitos na Inglaterra.

No começo da carreira na Fór­­mu­­la 1, Button pilotou para o dirigente italiano Flavio Briatore, na Benetton, em 2001. "O ano mais difícil da minha carreira na Fórmula 1", lembrou o inglês. "Não tinha experiência com carros ruins. No ano anterior, na Williams, minha estreia, estava com 20 anos e o carro era bom, quase não precisava ajustes".

Ao passar para a Benetton, em razão de Frank Williams tê-lo substituído pelo colombiano Juan Pablo Montoya, Button era "imaturo", como ele próprio se definiu. "Não estava acostumado a trabalhar com gente que, quando as coisas não vão bem, te ameaça com o dedo na cara", disse o inglês, referindo-se a Briatore, num passado difícil que ele quer esquecer.

Aos 30 anos, ele vive o auge da carreira, depois de ter sido campeão no ano passado e estar mostrando agora, na McLaren, que pode buscar o segundo título. E o GP da China, amanhã, é mais um passo importante nessa trajetória de Button.

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Ao vivo

GP da China, às 4 h (de amanhã), na RPC TV.