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Florianópolis – A notícia chegou ontem, por telefone: Jihad Kohdr não irá mesmo participar do WCT – a primeira divisão do surfe mundial – em 2006. Após chegar na 16.ª colocação no qualificatório do ano passado, duas abaixo da zona de classificação, o paranaense passou os últimos dois meses à espera de ao menos uma desistência para chegar à elite. Três surfistas largaram o circuito, mas mesmo assim ele acabou não sendo chamado.

A explicação da Associação dos Surfistas Profissionais (ASP) foi de que, pela regra, antes de a competição iniciar, se alguém desiste quem é chamado não é o próximo da lista do WQS, mas sim o primeiro da lista de rebaixados. Dessa forma, três surfistas que haviam caído foram reconduzidos ao WCT. E Jihad continua sendo a bola da vez.

O fato levou a Quicksilver, patrocinadora do paranaense e da primeira etapa da elite neste ano – na Austrália –, a pedir explicações à Associação. O motivo era que na própria lista da ASP, publicada no começo do ano, Jihad era o 46.º colocado. Como 45 atletas disputam o WCT, pela lógica ele deveria ser promovido e não o 47.º, o australiano Toby Martin, como ocorreu.

Mas nada adiantou. Agora, a única chance de o surfista subir é se algum dos 15 classificados pelo qualificatório desistir. Mas o paranaense já não acredita que isso ocorra, principalmente porque acha que o motivo de ter sido deixado de lado é outro: discriminação.

"Ser brasileiro é cruel. Se eu fosse australiano e tivesse um canguru desenhado no meu passaporte já estaria lá", diz.

Depois de uma virada de ano tão incerta, o surfista já refez todos os planos. Suspendeu as reservas para Austrália e decidiu entrar de cabeça em mais uma temporada no WQS. Assim, ao estrear hoje no Costão Pró, inicia a sua sexta tentativa de chegar aos top 45 do mundo.

A seu favor na nova empreitada, o retrospecto de ascendência na competição. Em 2001, quando estreiou no circuito, ficou na 170.º colocação. No ano seguinte, pulou para 96.º. Em 2003 foi 69.º. Subiu mais 209 posições em 2004 até chegar na 16.ª colocação no ano passado.

Contra, ele tem o possível abalo emocional. "Fiquei muito triste mesmo, mas agora é bola pra frente. Vou entrar com tudo nesse ano. Se vencer aqui já abro uma longa vantagem. O negócio é não depender dos outros", afirma Jihad.

Mais tarde, o WCT também entrará na pauta de 2006. Depois de a competição iniciar, se algum surfista não puder competir em uma ou outra etapa, Jihad deve ser chamado como substituto e poderá, mesmo que só por uma prova, sentir o gostinho do circuito.

O jornalista viaja a convite da Associação dos Surfistas Profissionais.

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