A pandemia de coronavírus paralisou o esporte mundial quase que completamente, culminando no adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio, maior disputa esportiva do planeta. Raríssimas exceções à parte, o futebol pelo mundo também parou em todos os continentes.
Diante do cenário desafiador, astros como o argentino Lionel Messi e o português Cristiano Ronaldo puxam a fila dos boleiros que tomaram iniciativas no sentido de tentar contornar o período sem jogos através de atitudes altruístas.
As doações e arrecadações acontecem principalmente entre jogadores que atuam no Velho Continente, região do mundo mais afetada neste momento pela pandemia, enquanto no Brasil o movimento dos jogadores ainda é tímido.
Messi e Ronaldo
Na Espanha, Messi anunciou que o elenco do Barcelona aceitou reduzir em 70% os próprios salários enquanto durar o Estado de Emergência decretado na Espanha. Os jogadores também farão contribuições para permitir que os demais funcionários do clube sigam recebendo integralmente.
Além disso, Messi fez uma doação de 1 milhão de euros (R$ 5,6 milhões) que será dividida entre o Clinic Barcelona, hospital na cidade espanhola, e um hospital na Argentina.
Seu rival nos campos, o português Cristiano Ronaldo fez o mesmo, doando mais 1 milhão de euros, que serão divididos entre hospitais de Lisboa e Porto, ambas em Portugal.
Alemanha
Na Alemanha, atletas do Bayern de Munique criaram um fundo para unir doações. Os alemães Leon Goretzka e Joshua Kimmich, além do atacante polonês Robert Lewandowksi, doaram 1 milhão de euros cada.
Inglaterra
Na Inglaterra, o jovem atacante do Manchester United, Marcus Rashford, se associou a uma instituição de caridade para arrecadar dinheiro e comprar comida para crianças que estão em casa e não podem se alimentar em suas escolas. Até o momento, o atleta de 22 anos conseguiu arrecadar 20 milhões de libras (R$ 130 milhões) para a causa. As principais doações vieram de grandes redes de supermercados. 600 mil crianças já estão sendo beneficiadas.
Técnico do Manchester City, o espanhol Pep Guardiola também doou 1 milhão de euros a um hospital na Espanha. A mãe do treinador, Dolors Sala Carrió, faleceu aos 82 anos por causa do coronavírus.
Ainda na Inglaterra, a Premier League, organizadora do Campeonato Inglês, doou 20 milhões de libras (R$ 130 milhões) para o National Health Service, o equivalente ao Sistema Único de Saúde (SUS) do país.
Capitães dos 20 clubes da elite inglesa se reuniram nos últimos dias para também formar um fundo comum de doações entre atletas do país. Em comum acordo com os atletas, os clubes também devem reduzir 30% dos salários durante a paralisação.
França
O Paris Saint-Germain, da França, doou 500 mil euros (R$ 2,8 milhões) a uma organização francesa dedicada a combater a pobreza no país. O dinheiro será usado para comprar equipamentos hospitalares, assim como providenciar alimentos para crianças fora da escola e idosos.
Itália
Na Itália, um dos países mais atingidos pela pandemia, clubes, jogadores e torcedores já doaram milhões de euros para ajudar o sobrecarregado sistema de saúde do país. A Roma distribuiu 8 mil pares de luvas protetoras e 2 mil garrafas de álcool em gel para as igrejas da cidade, que a redistribuirão entre os mais carentes.
A Inter de Milão doou 300 mil máscaras para o sistema público de saúde. Já os jogadores e funcionários do clube milanês juntara 500 mil euros (R$ 2,8 milhões) para doação. O mesmo aconteceu na Fiorentina, Juventus, Milan e Roma, que arrecadaram cada um 420 mil euros (R$ 2,3 milhões).
Astro do Milan, o atacante sueco Zlatan Ibrahimovic criou um fundo de doações doando os primeiros 100 mil euros (R$ 566 mil). O fundo hoje já ultrapassa a marca de 250 mil euros (R$ 1,4 milhão) em doações.
Ainda na Itália, jogadores como Andrea Petagna (SPAL), Lorenzo Insigne (Napoli), Simone Zaza (Torino) e Bernardeschi (Juventus) doaram juntos mais de 420 mil euros (R$ 2,3 milhões). Lenda da Roma, Francesco Totti doou 15 máquinas de monitoramento vital para um hospital da capital italiana.
Silvio Berlusconi, polêmico ex-dono do Milan, empresário bilionário e político, doou 10 milhões de euros (R$ 56,6 milhões) a um hospital da Lombardia, região mais afetada. Já a família Agnelli, dona da Juventus e da Fiat, fez uma doação no mesmo valor de 10 milhões de euros para o sistema público de saúde.
Fifa
Presidente da Fifa, Gianni Infantino doou outros 10 milhões de euros da entidade para a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Japonês
Mas nem apenas de doações milionárias de grandes estrelas tem dependido a arrecadação para ajudar na batalha contra a pandemia.
Lateral do Olympique de Marselha, da França, e da seleção japonesa, Hiroki Sakai doou 30 mil euros (R$ 170 mil). “Não sou uma estrela como o Neymar, não sei se é suficiente ou não, mas quero ajudar o máximo que posso”, declarou Sakai
Falando em Neymar...
Entre os jogadores brasileiros, as doações são menos frequentes até o momento. Neymar, do Paris Saint-Germain, da França, que detém o salário mais alto dentre todos os jogadores do país, doou R$ 5 milhões para ajudar no combate ao coronavírus O valor foi destinado à Unicef e a um fundo gerido pelo apresentador Luciano Huck.
Já os ex-jogadores da seleção brasileira de 82 se uniram para ajudar favelas no combate ao coronavírus. Ex-atletas como Falcão, Éder, Careca, Júnior, Toninho Cerezo, Oscar, Serginho Chulapa, Pedrinho, Roberto Dinamite, Batista, Luizinho, Edinho, Paulo Isidoro estão arrecadando doações em parceria com a Central Única das Favelas (CUFA) para as comunidades carentes.
O goleiro Alisson, do Liverpool, e o ex-meia e comentarista esportivo Denílson, participam de uma campanha que leiloa camisas autografadas entre R$ 800 e R$ 10 mil. Os valores são repassados ao Instituto da Criança. Participam ainda da campanha mais de 30 jogadores brasileiros.
Neymar à parte, as contribuições dos brasileiros ainda são bastante tímidas quando comparadas aos colegas de outros países. Pelo menos quando falamos das contribuições públicas – é possível que atletas tenham feito doações sem que o fato tenha se tornado público.
Jovens como Richarlison, Gabriel Jesus, Vinícius Júnior e Lucas Paquetá disponibilizaram chuteiras e outros itens para doação. A estratégia de ajuda também é usada por nomes como Rafinha e Bruno Henrique, do Flamengo.
O ex-goleiro Marcos, do Palmeiras e da seleção, “adotou” dez pessoas por tempo indeterminado, pagando um salário mínimo a cada, enquanto a paralisação do comércio permanecer. O ex-meia Rivaldo, por sua vez, doou 200 cestas básicas, enquanto o meia Diego, do Flamengo, doou dois monitores cardíacos a um hospital de Ribeirão Preto.
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