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Argentinos comemoram com Luis Scola, cestinha da partida, enquanto os brasileiros deixam a quadra aborrecidos | Franck Fife/AFP
Argentinos comemoram com Luis Scola, cestinha da partida, enquanto os brasileiros deixam a quadra aborrecidos| Foto: Franck Fife/AFP

Time lamenta, mas espera reconhecimento

Os jogadores do Brasil não esconderam a decepção pela eliminação no Mundial de Basquete Mascu­­lino, na Turquia, para a Argentina. Mas esperam, ao menos, ter deixado uma boa impressão. No discurso, ficou claro que todos acreditavam na possibilidade de uma vitória. "É uma grande decepção. Queríamos ir mais adiante no campeonato, porém mais uma vez fomos eliminados nas oitavas", lamentou um desolado Marcelinho Huertas. Nem a apresentação de gala, com 32 pontos, serviu para consolá-lo. "Não significaram nada", cravou o armador.

O pivô Tiago Splitter, que não conseguiu fugir da marcação e deixou a quadra com um saldo de apenas dez pontos anotados, foi incapaz de apontar o que faltou à equipe, mas viu as virtudes do adversário. "É difícil analisar o jogo de cabeça quente. A Argentina fez uma partida espetacular e o Scola mais uma vez foi o destaque. Lutamos até o final. Faltou muito pouco", disse.

Splitter prefere pensar no futuro. "Agora é cada um voltar para o seu clube e fazer um bom trabalho para voltar ainda melhor o ano que vem para o Pré-Olímpico. Perdemos por placares apertados para grandes times e evoluímos. O saldo positivo é que mostramos estar no caminho certo. Desta vez, faltou pouco", acrescentou.

Huertas espera que a torcida reconheça os bons momentos do time na Turquia. "Estivemos a um ponto de ganhar dos Estados Unidos [o Brasil perdeu por dois pontos], algo que nenhuma equipe conseguiu. Logo, jogamos contra uma das melhores equipes do mundo e a colocamos na parede durante toda a partida", ressaltou.

Gigante

Após o jogo, os argentinos enalteceram o desempenho de Luis Scola. "Ele foi um gigante", resumiu Pablo Prigioni. O armador afirmou que a vitória, no entanto, foi construída a partir da deficiência adversária. "Encon­­ tramos facilidades na defesa brasileira", apontou. "Acho que estivemos melhor no ataque e na defesa que o Brasil e seguimos tudo aquilo que combinamos. Huertas poderia marcar os pontos que quisesse, mas controlamos Splitter e o restante dos jogadores importantes."

O técnico da seleção argentina, Sergio Hernandes, foi mais diplomático. "A seleção brasileira é uma das melhores equipes do mundo e sabíamos que seria um jogo difícil. O técnico Mag­­nano e os atletas estão de parabéns pelo que mostraram no campeonato." (AE)

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Ainda não foi dessa vez. O Brasil jogou de igual para igual durante praticamente toda a partida, on­­tem, mas a maior experiência e frieza da Argentina nos momentos decisivos fez a diferença. O time argentino segue no Mundial de basquete masculino, na Turquia, com a vitória por 93 na 89 (46 a 48 no primeiro tempo). A Argentina enfrentará agora a Lituânia, que derrotou a China por 78 a 67, pelas quartas de final.

A derrota do Brasil foi das mais frustrantes porque até os dois minutos finais o time dava mostras de que teria condições de vencer. Basta ver o placar de cada um dos quartos de jogo: 25 a 25 no primeiro, 21 a 23 para o Brasil no segundo, 20 a 18 para a Argentina no terceiro e 27 a 23 para o país vizinho no encerramento.

O clima depois da derrota foi de imensa tristeza. O armador Marcelinho Huertas, o grande nome do Brasil no jogo em uma das melhores apresentações da carreira (32 pontos), deixou a quadra aos prantos.

O técnico Rubén Magnano fi­­cou visivelmente irritado quando questionado sobre os motivos que levaram o Brasil a, pela terceira vez no Mundial, perder nos mi­­nutos finais por uma diferença mínima de pontos. "Toda a derrota é um aprendizado, como já disse outras vezes."

A lição do jogo, no entanto, o téc­­nico não explicou. Nem o motivo de não escalar Tiago Splitter no início da partida ou a razão pela qual durante os três minutos finais optou por colocar em quadra al­­guns jogadores que não estavam em um de seus dias mais inspirados, como Marquinhos. O treinador preferiu fazer um balanço da participação brasileira no Mundial dizendo que ficou triste com o re­­sultado da partida, mas orgulhoso do desempenho do Brasil ao longo do torneio, o que dá esperanças pa­­ra que o time evolua futuramente.

Em defesa do técnico estão alguns fatos. O primeiro é de que o objetivo principal não era o Mundial e sim o Pré-Olímpico do ano que vem, quando a seleção vai tentar quebrar um tabu que vem desde 1996, ano da última participação em Olim­­píadas. O segundo é de que o treinador sofreu com a contusão de alguns jogadores importantes como os pivôs Nenê, que acabou cortado, e Anderson Varejão, que não conseguiu mostrar seu me­­lhor basquete por causa de um problema no tornozelo.

O terceiro é de que o Brasil conseguiu ao menos melhorar o de­­sempenho em relação ao Mundial anterior, quando não passou da primeira fase. Para concluir, ao menos o time mostrou mais consistência, o que pode ser medido pela comemoração efusiva dos argentinos depois da vitória.

O destaque da equipe de Sergio Hernandez foi, mais uma vez, Luis Scola. Com 37 pontos na partida – dos quais os principais foram nos últimos minutos do jogo –, ele se mostrou mais uma vez decisivo. Foi o cestinha do jogo e segue firme como o melhor pontuador do Mundial. O pivô argentino tem grandes chances de terminar a competição como o melhor jogador, o MVP. Vai depender da capacidade de o restante do time acompanhá-lo e do progresso da Argen­­tina nos próximos confrontos.

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