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 | Fotos: Olivier Morin / AFP | Adrian Dennis / AFP | Kim Kyung-Hoon / Reuters
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Ramadã

Alguns competidores islâmicos abriram uma exceção das práticas religiosas durante as Olimpíadas. Outros, seguem os costumes rigidamente. Por isso, a Vila Olímpica precisou se adaptar aos cerca de 3 mil atletas muçulmanos presentes em Londres. A cantina 24 horas, por exemplo, serve o prato Halal, preparada de acordo com os preceitos da religião.

Durante o Ramadã os seguidores do islamismo não podem comer ou beber água enquanto houver luz do sol. Neste ano, a prática começou em 20 de julho e vai até 20 de agosto, período em que os dias são mais longos em Londres. Muitos atletas têm feito a primeira refeição do dia por volta das 3h30 da manhã e ficam sem se alimentar até próximo das 21h30.

Além de ser a edição com o maior número de mulheres competindo, os Jogos Olímpicos de Londres quebraram outra escrita da história esportiva. Pela primeira vez, três países de cultura islâmica autorizaram atletas do sexo feminino a participar da competição.

Na Arábia Saudita, por exemplo, mulheres são proibidas de praticar qualquer tipo de esporte. Foi preciso uma longa negociação entre o governo e o Comite Olímpico Internacional (COI) para que houvesse a presença feminina na delegação do país.

A escolhida foi a judoca Wodjan Shaherkani, de apenas 16 anos. Apesar de ter sido derrotada já na primeira luta, contra a porto-riquenha Melissa Mojica, a saudita foi ovacionada pelo público. Ela havia acabado de fazer história.

"Estava com muito medo por causa do enorme público e perdi porque foi minha primeira vez. Fiquei feliz e orgulhosa por representar meu país, foi a oportunidade de uma vida. Espero que seja o início de uma nova era", disse, timidamente, Shaherkani.

Para competir, a atleta usou um hijab (véu) adaptado, como exige a tradição islâmica. Além de Shaherkani, Sarah Attar, competidora dos 800m, também representa a Arábia Saudita em Londres.

Maziah Mahusin veio de Brunei, país do Sudeste asiático que segue à risca as tradições islâmicas, inclusive com investigação rigorosa no cumprimento dos costumes religiosos. Mahusin correu as séries dos 400 metros, e conseguiu bater o recorde de seu país nesta sexta-feira (03).

Além disso, ela foi a porta-bandeira da delegação bruneana, que tem apenas três membros. Diante dos 80 mil espectadores do Estádio Olímpico, Mahusin terminou na sexta posição, longe dos melhores tempos.

Para a atleta, o mais importante é inspirar outras mulheres de seu país. "Recebi muitas mensagens. Querem ser como eu e participar dos Jogos Olímpicos um dia. É uma honra para mim", acrescentou, admitindo já ter na cabeça uma próxima participação nos Jogos do Rio-2016.

Do Catar, quatro mulheres fazem parte da delegação enviada a Londres. A nadadora Nada Arkaji, a velocista Noor al-Malki, a mesatenista Aya Magdy e a atiradora Bahiya al-Hamad, que foi porta-bandeira do país na abertura da edição 2012 das Olimpíadas.

Atleta dos 100m rasos, Noor Hussain al Malki não conseguiu terminar sua prova na sexta. Já nos primeiros passos, ela sentiu uma fisgada na parte posterior da coxa e precisou ser retirada da disputa. Arrasada, a catariana foi consolada pelo público presente. Deixou a pista sob aplausos e, mesmo decepcionada, representando uma nova era para as atletas islâmicas.

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