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Vanderlei Cordeiro de Lima não pode reclamar da falta de reconhecimento. Ninguém saiu mais consagrado da Grécia do que o maratonista paranaense. Vítima do inusitado ataque do ex-padre irlandês Cornelius Horan durante a prova de encerramento dos Jogos, em 29 de agosto do ano passado, o atleta transformou-se num ídolo mundial.

Enquanto seus compatriotas experimentaram um sucesso relâmpango, o medalhista de bronze viveu uma temporada de glórias.

Primeiro personagem da campanha "Sou brasileiro, não desisto nunca", do governo federal, Vanderlei foi reverenciado por chefes de estado nesse último ano, virou garoto-propaganda, assumiu o papel de palestrante motivacional (inclusive no exterior) e colecionou homenagens. "Um ouro não teria tanta repercussão. Recebi muito carinho das pessoas, acho que pude dar um bom exemplo", diz.

Com tantos compromissos, ele correu pouco e não venceu nenhuma prova importante, abandonou as duas maratonas desde os Jogos, no Japão e no Mundial de Helsinque.

O mea culpa grego pela falta de segurança lhe rendeu a maior honraria olímpica, a medalha Barão de Coubertain. Mas faltou o ouro. O processo movido pelo Comitê Olímpico Brasileiro – para uma segunda medalha dourada, mantendo a outra com o italiano Stefano Baldini – foi rejeitado pela Corte Arbitral do Esporte, na Suíça. (ALM)

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