O 2011 da seleção
Equipe da Gazeta do Povo opina sobre o trabalho de Mano Menezes:
"Ganhar dos inexpressivos Gabão e Egito conta pouco. O 2011 de Mano ficará marcado pelo fracasso na Copa América. Falta muito para a seleção. E pouco tempo para ele."
Carlos Vicelli, editor-assistente
"Os dois amistosos contra africanos, no que pese a fragilidade deles, tiveram dois vencedores: Hernanes e Hulk. Com boas atuações, começaram a cavar lugar no grupo de Mano."
Leonardo Bonassoli, repórter
"Para Mano, a seleção evoluiu no segundo semestre. Discordo. Os resultados podem ter sido melhores, mas não há uma cara de time. Aquela base que precisa começar a ser repetida."
Nícolas França, editor-assistente
Amistoso não chama a atenção
Cartão de visita do Catar para a Copa de 2022, o amistoso da seleção brasileira com o Egito mostra que o interesse da população local pelo futebol ainda é tímido. Sem conseguir vender todos os ingressos, os organizadores da partida chegaram a distribuir entradas. O jogo foi o ponto alto da série de eventos programada pelos organizadores do Mundial nesta semana para exibir a força econômica e de organização para o mundo do futebol. Estimada em R$ 250 mil, a renda será doada pelos catarianos à Somália para atenuar a crise de alimentos no país africano. (Folhapress)
Doha, Catar - A seleção brasileira conseguiu seguir o script da CBF. Bateu o último de uma série de oponentes inexpressivos, o Egito, ontem, por 2 a 0, com dois gols de Jonas, melhorou sua estatística na temporada e amenizou as críticas ao técnico Mano Menezes.
Até o início de agosto, o treinador sofria forte pressão pelos fracassos na Copa América e diante de rivais de peso como França e Alemanha. A CBF aliviou o caminho de Mano ao marcar amistosos contra países mal posicionados no ranking da Fifa e contra a Argentina B. Deu certo para salvar o técnico.
O Brasil venceu com facilidade o Egito, em Doha. Politicamente, o jogo serviu como cartão de visita do Catar para marcar o início da organização da Copa de 2022.
Foi o quinto jogo invicto da seleção, somando nove vitórias, cinco empates e duas derrotas na temporada. Mano encerrou o ano com aproveitamento de 66,7%. Um pouco abaixo do seu antecessor Dunga em 2007 (70,4%), no primeiro ano inteiro na seleção. Mas Dunga venceu a Copa América.
Mano entende que este final de temporada serviu para apagar seu fracasso na competição no meio do ano. Foi com facilidade que a seleção saiu da marcação adversária e construiu jogadas desde sua defesa com "naturalidade", segundo o técnico.
Falante, ele classificou a partida como "ótima" ao sair do estádio do Al Rayyan. "No primeiro semestre, tivemos muitas dificuldades, era o início de todo um trabalho. No segundo, fomos melhores. A imagem final deste ano é ótima, afinal viemos num crescente e terminamos bem o ano com essa partida", disse o treinador. "Cada vez o time vai ficar mais claro. O mais importante nas últimas partidas foi o rendimento estável", emendou.
Os torcedores locais, porém, não se mostraram tão entusiasmados quanto Mano. Sem conseguir vender todos os ingressos, os organizadores distribuíram bilhetes. Ao iniciar o jogo, acreditavam que 16 mil pessoas assistiriam à partida. No final, estamparam a lotação máxima (25.112) no placar.
O amistoso era o ponto alto dos eventos programados pelo país-sede do Mundial de 2022 para exibir a força econômica do Catar e sua capacidade de realizar a Copa. Por fim, a maioria do público presente era de egípcios. Nada que tirasse o bom humor de Mano.
"A ideia tática se repetindo, você entra com mais tranquilidade e rende bem. Contra outras seleções, o desempenho do Egito não era esse. Foi baixo hoje [ontem] porque a seleção brasileira foi muito melhor", concluiu, esbanjando otimismo.
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