É uma dor muito grande. É como se tivesse perdido um membro da minha família. Queria pedir desculpas para o torcedor.
O técnico do Vasco, Jorginho, comparou o rebaixamento – após o empate sem gols com o Coritiba, neste domingo, no Couto Pereira – a perda de um familiar.
As lágrimas que interromperam sua entrevista coletiva foram o símbolo da frustração vascaína, o 18º colocado.
“É uma dor muito grande. É como se tivesse perdido um membro da minha família. Queria pedir desculpas para o torcedor e dizer que se existe algo de positivo nisso, foi o apoio e o carinho da torcida. Se chegamos na última rodada com chances, foi muito por causa deles”, afirmou o treinador na sala de imprensa do Estádio Couto Pereira.
Contrariando as expectativas de que ninguém do Vasco falaria sobre o fracasso, Jorginho enfrentou os microfones. Ao lado de Joinville, Goiás e Avaí, o time cruzmaltino irá se deparar com a Segundona pela terceira vez em oito anos.
O presidente do clube, Eurico Miranda, permaneceu no vestiário número 2 do Couto até as 20h40, ou seja, duas horas após o término da partida. Arrasado, deixou o local a passos lentos, antecedido por Jorginho e o gerente de futebol Zinho.
O dirigente foi motivo de chacota entre torcedores, sobretudo por dizer que iria procurar o “local mais distante da Sibéria para ir em caso de rebaixamento”. Além de piadas na internet, a frase foi usada por um torcedor do Coritiba em um cartaz exibido durante o jogo.
Jorginho tentou justificar o resultado final da jornada vascaína, mas o péssimo desempenho da equipe no primeiro turno se sobressaiu a qualquer reação. “Não tenham dúvida que nós procuramos fazer de tudo que estava ao nosso alcance. Fiquei noites sem dormir e entreguei a minha vida a esse projeto”, interrompeu o lateral campeão mundial em 94.
“Mudanças acontecerão, jogadores vão embora e outros virão. Quem permanecer dará o seu melhor para que o Vasco volte para a primeira divisão”, disse. “É ali que o Vasco merece estar. Vimos isso no segundo turno. Foram mais de 183 dias de luta para sair da ZR e não merecíamos isso. Mas a realidade está aí e temos que encará-la.”