Crise
Parreira cobra "choque de gestão" no futebol brasileiro
Ex-coordenador técnico da seleção, Carlos Alberto Parreira faz uma dura análise do futebol brasileiro. Para ele, o país está em crise após o vexame da goleada por 7 a 1 para a Alemanha na Copa do Mundo. "A realidade é que o Brasil deixou de ser referência. Precisamos de um choque de gestão dentro e fora de campo", afirmou Parreira ontem, durante o 1º Fórum Brasil de Treinadores, em Itu, no interior paulista.
Parreira usou como exemplo para reforçar a sua análise a lista de candidatos a melhor jogador do mundo. "É só olhar que a Fifa está fazendo a eleição dos melhores do mundo e entre os 15 jogadores de meio de campo não tem nenhum brasileiro. Entre os atacantes, só tem o Neymar. Isso é muito pouco para o futebol brasileiro e representa o momento que estamos vivendo", disse o treinador, para quem o problema do Brasil é estrutural.
Parreira também chamou a seleção alemã de "máquina" e classificou a eliminação do Brasil na semifinal da Copa como "vergonhosa". "Fomos batidos pela máquina alemã de jogar futebol, um time maravilhoso que se aproveitou bem de um dia não tão favorável da seleção brasileira", disse. "O 7 a 1 foi uma página vergonhosa do nosso futebol. Aconteceu, mas não vai se repetir nem se jogarmos mais 50 vezes com a Alemanha".
Ele, no entanto, diz acreditar que Dunga será capaz de reconstruir a seleção brasileira.
O voto ao Catar para sediar a Copa do Mundo de 2022 teria sido uma decisão do governo brasileiro em um acordo fechado diretamente com as autoridades do país do Golfo Pérsico. A revelação foi submetida ao Parlamento Britânico pelo jornal Sunday Times, que coletou informações com agentes de inteligência que fizeram parte da campanha da Inglaterra para tentar sediar o Mundial de 2018.
O Parlamento investiga a forma pela qual as Copas de 2018 e de 2022 foram definidas. A escolha das sedes ocorreu em dezembro de 2010 e, entre os cartolas com poder para decidir quem receberia a Copa do Mundo, estava Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF e ex-membro do Comitê Executivo da Fifa.
O jornal britânico afirma ter obtido acesso privilegiado a um banco de dados feito por operadores da campanha frustrada dos ingleses e que reúne detalhes de diversas fontes oficiais apontando como ocorreriam os votos e quais seriam os acordos.
No que se refere ao voto de Teixeira ao Catar e do argentino Julio Grondona, também à candidatura árabe, a revelação é de que o entendimento não foi feito entre cartolas. Mas sim entre políticos. "Foi no nível de governo a governo que eles garantiram o voto de Grondona e de Teixeira, ambos corruptos", indicou a fonte citada no documento entregue ao Parlamento Britânico.
Naquele ano, o Brasil era governado por Luiz Inácio Lula da Silva, que chegou a viajar ao Catar. Há duas semanas, o ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, também esteve em Doha e garantiu o apoio do país na organização do torneio.
"Eles [o Catar] concordaram em pagar qualquer déficit no custo dos gastos com infraestrutura no Brasil. Agora, pode não ser tão amplo assim. Pode ser que seja em apenas um aspecto particular, um estádio em específico", indicou uma fonte ao parlamento.
Também haveria a promessa de benefícios do governo e empresas do Catar para bancar as perdas da Associação de Futebol da Argentina.
No último domingo, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, desafiou as críticas e garantiu que "a Copa de 2022 será disputada no Catar".
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