O sorriso metálico do jovem Leone não é capaz de esconder sua ansiedade. Nesta quarta-feira (12), o meio-campo de 17 anos da equipe júnior do ABC participará do jogo mais importante de sua vida. O volante, que ainda usa aparelho nos dentes e se espelha no futebol do ex-corinthiano Elias, enfrentará os profissionais do Coritiba em sua casa, Foz do Iguaçu.
"Não sei nem se vou conseguir dormir de tanta expectativa", dizia adolescente na véspera do inesquecível duelo. "Quero descansar bem para amanhã (quarta)", adiciona ele, que vestia uma camisa coritibana, relíquia de quando passou dois meses em teste no CT da Graciosa, no ano passado.
Volante de fôlego privilegiado, que ataca e marca com qualidade, o garoto é a grande arma do técnico Ivan Carlos Alves, responsável pelo time que servirá de sparring para o Alviverde no único jogo-treino antes do começo da temporada. Os elogios do comandante, é claro, servem para tentar mascarar o que todos percebem. O time amador da cidade da fronteira não tem condições, nem quer derrotar as estrelas da capital.
"Sabemos que é difícil. Treinamos a semana inteira sob o sol das duas da tarde. Temos um time "entrosadinho". Queremos ajudar, ser um bom treino para eles", afirma Alves, que já dirigiu o Foz, principal clube da cidade, em três oportunidades. "A ideia é não tomar nenhum (gol)", completa, em tom irônico. Se for massacrado pelo ataque que tem Marcos Aurélio e Leonardo como destaques, o ABC confia em um homem para manter sua honra. O atacante Paulo Roberto, 29 anos, que está atualmente sem clube, será o responsável por tentar vencer pelo menos uma vez o arqueiro Édson Bastos.
Depois de vestir as camisas de União-MS, Foz e Bolamense-DF no ano passado, e até ter atuado no Catar em 2008, o experiente jogador treina para manter a forma enquanto aguarda propostas. Torcedor paranista, ele promete não desperdiçar as chances que aparecerem. "Se cair na minha frente, vou ter de fazer", alertou.
Mesmo com uma possível goleada na conta, os jovens do ABC - a maior parte do time tem até 20 anos - podem tentar mostrar algo a mais e, talvez, até encurtar o sonho de um dia se tornarem profissionais.
"Se fizerem um bom jogo, quem sabe...", acredita Alves. "É uma chance de ouro", conclui Paulo Roberto.
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