Judoca gaúcha conquista prata inédita

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São Paulo - A gaúcha Mayra Aguiar fez história no judô brasileiro. Ontem, a atleta de 19 anos conquistou a medalha de prata na categoria dos meio-pesados (-78 kg) no primeiro dia de disputas do Mundial de Tóquio, no Japão. Na final, a brasileira acabou sendo derrotada pela norte-americana Kayla Harrison por um yuko na prorrogação (golden score).

Ficar sem a medalha de ouro após estar tão próxima do lugar mais alto do pódio deixou uma ponta de insatisfação. "Perder nunca é bom", disse Mayra. Mas a judoca sabe que conseguiu o me­­lhor resultado de uma brasileira em Mundiais – até então, ne­­nhuma atleta do país havia chegado a uma decisão. "É muito bom subir ao pó­­dio e levar o Brasil junto co­­migo", comemorou.

A festa contagiou a delegação nacional. "Estamos reescrevendo a história do judô feminino do Brasil. Em 2008 conquistamos nossa primeira medalha olímpica e, agora, chegamos à nossa primeira final em Mun­­dial", comemorou a técnica Rosi­­cleia Campos. "Temos mais três dias para realizar o sonho maior, que é chegar ao ouro", completou.

Até a prata de Mayra, o Brasil somava 19 medalhas em Mun­­diais adultos. Destas, apenas três eram de mulheres – e todas de bronze. A primeira veio em 1995, com Danielle Zangrando, no peso leve. Edinanci Silva conquistou o terceiro lugar em 1997 e 2003, também no meio-pesado.

Mayra disputa seu 2.º Mun­­dial adulto (esteve no Rio, em 2007), o primeiro na categoria meio-pesado. A mudança ocorreu no ano passado, após um momento delicado da carreira da judoca. Em dezembro de 2008, ela sofreu uma séria lesão no joelho direito que a tirou dos tatames por quase um ano Só voltou a lutar em setembro de 2009, em tempo de conseguir vaga no Mundial Júnior da Fran­­ça, quando ganhou sua terceira medalha em Mundiais de base: foi bronze, depois da prata em 2008 e do 3.º lugar em 2006, ainda como juvenil.

Nesta quinta, para garantir a medalha de prata, Mayra superou a vice-campeã olímpica Yallenis Castillo, de Cuba, e a campeã olímpica Xiuli Yang, da China, na qual aplicou um ip­­pon em apenas 28 segundos de luta. "Estudei bastante os golpes dela, mas não sabia que era a campeã olímpica. Acho que foi melhor assim", disse a gaúcha, que treina na Sogipa, mesmo clube de João Derly. O campeão mundial em 2005 e 2007 vibrou de longe com o feito. "Ela estava com jeito de campeã, fez uma bela competição", comentou o judoca, que se recupera de uma lesão no joelho.