Que a necessidade de um CT e de um aparato completo para um clube fazer um bom trabalho durante uma temporada é fundamental todo mundo sabe. No entanto, não são apenas os times brasileiros que necessitam de infraestrutura de alto nível para obter bons resultados. Pelo menos é o que garantem alguns dos principais nomes da arbitragem no país.

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"Me dediquei desde os 17 anos à arbitragem e a única coisa que não consegui ter foi uma carteira profissional de futebol. A única coisa que ganhei da CBF foi um muito obrigado. É uma incerteza constante. Você faz um planejamento de renda para sua família e não sabe o quanto vai apitar", disse o ex-árbitro Leonardo Gaciba, em entrevista ao Arena Sportv.

E é devido à essa dificuldade de saber com que frequência irão apitar, que muitos dos juízes de futebol são obrigados a administrar uma profissão paralela. Para o auxiliar Roberto Braatz, a falta de tempo e de estrutura prejudica o trabalho de muitos árbitros brasileiros.

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"Se eu fiz um jogo no domingo, na segunda eu tenho que trabalhar, enquanto os jogadores estão de folga ou fazendo um trabalho muscular. Ninguém me dá as condições para que eu me prepare", comentou durante o programa.

Representante do Brasil em três Copas do Mundo, Carlos Eugênio Simon faz coro com os colegas. O gaúcho garante que o país do futebol é o menos preparado para atender as necessidades dos árbitros.

"É como se hoje o Conca ou o Ronaldo pedissem licença no trabalho para jogar. É incompatível. O árbitro tem que viver da arbitragem", protesta.

Gaciba destaca a necessidade dos profissionais serem obrigados a comprar seus próprios instrumentos de trabalho como um dos pontos mais graves da questão.

"Tem que comprar bandeira, apito... Só uma bandeira custa 1.500 dólares. Pelo amor de Deus. Está na hora de valorizar o árbitro de futebol. A culpa não é da CBF, é da estrutura como um todo que acaba esquecendo da arbitragem", finaliza o ex-árbitro e atual comentarista.

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