Uma corte suíça impôs uma dura derrota aos cartolas brasileiros. Pela primeira vez, a Justiça suíça ordenou a publicação de documentos que podem mostrar o envolvimento de Ricardo Teixeira e João Havelange em um esquema de pagamento de subornos que permeou as entranhas da Fifa por anos, negando o pedido dos cartolas para que o processo seja mantido em sigilo. Para a Corte Suprema do cantão de Zug, as informações devem ser publicadas porque são de "interesse público". Os envolvidos têm 30 dias para recorrer da decisão.
Em 2010, a corte condenou cartolas da Fifa por ter recebido subornos de US$ 100 milhões da ISL, empresa que comercializava os direitos de transmissão das Copas. Mas, pela lei suíça, se os envolvidos devolvem o dinheiro, o nome dos condenados é mantido em sigilo. O caso foi então encerrado e o procedimento penal não pode ser estabelecido.
Procuradores suíços tentaram anular essa confidencialidade e saber sobre quais bases o processo foi arquivado. Mas um recurso a mantinha em sigilo. Mesmo assim, uma investigação liderada pela rede de televisão BBC mostrou que entre as pessoas envolvidas está Teixeira e Havelange o último teve de pedir a sua renúncia do Comitê Olímpico Internacional há poucas semanas justamente por causa desse escândalo.
Mas os cartolas brasileiros poderiam ser ainda mais prejudicados. Jean François Tanda, um jornalista suíço, entrou com um processo na corte de Zug solicitando acesso aos documentos, o que o procurador local concedeu já em duas ocasiões. Mas recursos apresentados pela Fifa, Teixeira e Havelange tentaram bloquear a sua difusão da informação.
Agora, foi a vez da Corte julgar o caso e decidir que os documentos devem de fato ser liberados, o que pode trazer problemas sérios para a permanência de Teixeira no Comitê Executivo da Fifa e inclusive ameaçar sua candidatura para presidência da entidade em 2015. Com a revelação das informações, existe o risco de que um novo processo seja aberto.
Desta vez, a Fifa garante que não entrará com um recurso e promete usar justamente os documentos para mostrar a sua transparência ao lidar com casos de corrupção. De quebra, ainda minar a credibilidade de Teixeira, visto como uma ameaça aos cartolas europeus.
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