Um clube esculhambado sob o ponto de vista administrativo, "gerido na mais absoluta marginalidade", em um "ambiente promíscuo e de completa degeneração ética e moral". Esse é o retrato do Londrina Esporte Clube pintado pelo juiz da 6.ª Vara do Trabalho, Reginaldo Melhado, uma semana depois de colher depoimento do presidente Peter Silva em audiência na Justiça Trabalhista.

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Foi baseado nele que o magistrado acolheu o pedido do Minis­­tério Público do Trabalho para suspender as eleições no Tubarão, marcadas para domingo, e afastar o presidente Pe­­ter Silva (cujo mandato terminaria hoje) e todos os demais integrantes da diretoria e do Conselho De­­liberativo.

Na decisão, o juiz diz que o clube vive um cenário de caos. "Esse quadro de autêntica esculhambação administrativa, encontrando-se o réu sendo gerido na mais absoluta marginalidade, não permitirá a concretização da segurança jurídica e a soberania das urnas. O ambiente é de ‘promiscuidade’ – termo empregado pelo próprio presidente da entidade, na audiência, referindo-se inclusive a si mesmo – e de completa degeneração ética e moral. É preciso, de fato, dar cobro a esse estado de coisas", escreve Melhado.

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O MPT considerou "temerária" a iniciativa do Con­­selho Deli­­be­­rativo do Londrina em perdoar as dívidas dos associados e possíveis eleitores em troca do pagamento de uma taxa de R$ 50 para que eles pudessem votar.

O procurador também sa­­lientou que o momento é "sensível" para a realização das eleições, já que no próximo dia 20 será realizado o leilão da sede campestre do clube.