As manifestações racistas, que vêm ganhando cada vez mais força nas arquibancadas européias, chegaram ao México e tiveram um brasileiro como sua primeira vítima. O atacante Kléber, ídolo do Atlético entre 1999 e 2002, atualmente no América, do México, foi alvo de insultos da torcida do Culiacan, na partida em que seu time foi derrotado por 2 a 0, quarta-feira à noite, pelo Campeonato Nacional. A exemplo do que vem ocorrendo na Europa, os torcedores imitavam sons de macaco cada vez que o jogador pegava na bola.
Concentrado na partida, Kléber disse não ter ouvido os gritos do público durante o jogo. Só ficou sabendo da manifestação quando deixou o gramado e foi informado por um jornalista.
"Foi a primeira vez que isso aconteceu comigo e também a primeira vez aqui no México. Lógico que ninguém gosta, mas não dá para fazer nada, é a torcida rival. O negócio é tocar a bola para a frente", lamentou Kléber, por telefone, à Gazeta do Povo.
Segundo o Incendiário, a manifestação é apenas uma conseqüência de um movimento que começou na Europa e, aos poucos, vem se espalhando pelo mundo. "Aconteceu na Espanha, na Alemanha, na Inglaterra, depois no Brasil e agora aqui. Mas é assim, quando a torcida adversária não gosta de um jogador, começa a fazer esse tipo de coisa. Graças a Deus eu tive o apoio da minha torcida e dos meus companheiros", afirmou.
A atitude racista da torcida do Culiacan foi imediatamente reprovada pela imprensa mexicana. "No México não, por favor", estampou o diário Récord. "Infame!" e "Racismo" foram outras manchetes dos jornais.
Os jogadores do Culiacán também reprovaram o comportamento de seus fãs. "Lamentavelmente, isso está acontecendo por todos os cantos, e pedimos à nossa torcida que não repita isso, pois tira o brilho do futebol", afirmou o volante espanhol Guardiola, ex-jogador do Barcelona.
Segundo o jornal Récord, o fato não foi relatado na súmula do jogo porque as legislação esportiva mexicana não prevê punição para crime de racismo.
No Brasil, está sendo feito um estudo para incluir no Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) artigos que estabeleçam sanções para crime de racismo. Em 2005, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) obrigou o Juventude a disputar três jogos com portões fechados no Campeonato Brasileiro por causa de insultos de sua torcida contra o jogador Tinga, do Internacional.
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