Marcado para hoje, às 14 horas, o leilão do Pinheirão depende de uma decisão da juíza Alessandra Anginski, da 1.ª Vara Federal de Execuções Fiscais de Curitiba, para ser realizado. Ontem, no fim da tarde, foi protocolada uma petição que pode cancelar a realização da venda pública do estádio da Federação Paranaense de Futebol (FPF). Requerimento que será analisado hoje pela magistrada.

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Ao que tudo indica, trata-se de uma investida do grupo que, liderado pela empreiteira OAS, pretende comprar o terreno e erguer um novo estádio para o Coritiba no local. Para entrar no projeto, o Coxa cederia o Couto Pereira e o CT da Graciosa, em modelagem semelhante à acertada entre a empresa baiana e o Grêmio, na construção da nova arena do Tricolor gaúcho.

Em consulta ao portal da Jus­­tiça Federal do Paraná, o peticionante aparece como Marco Anto­­nio Ribas. O nome é desconhecido do processo que levou o Pinheirão a ser leiloado, com lance inicial de R$ 66.635.550, em virtude de dívidas de tributos federais. Ao todo, os débitos da FPF alcançam cerca de R$ 60 milhões, valor estimado pela própria entidade.

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Questionado sobre a petição ingressada de última hora, o advogado da FPF, Juliano Tetto, preferiu não se manifestar. O presidente da entidade, Hélio Cury, por sua vez, não atendeu as ligações da reportagem durante todo o dia de ontem. No entanto, ele não esconde a pressa em se livrar do patrimônio.

Sabe-se que está agendada para hoje, no período da manhã, uma nova reunião entre os participantes que integram o projeto que visa tirar o Alviverde do Alto da Glória. Encontro que deve dar um rumo definitivo ao Pinheirão, interditado e lacrado pela Justiça desde 2007 e completamente abandonado a partir de então.

O descaso absoluto com a edificação foi parar no edital de execução fiscal: "Encontra-se em péssimo estado de conservação, com rachaduras e infiltrações decorrentes da falta de manutenção".

A descrição do lote de 124 mil m² conta ainda com outros detalhes sobre o imóvel: "Nele encontra-se construído o complexo do Estádio Pinheirão, constituído pelo estádio com arquibancadas de concreto armado, cobertura metálica, cabines, estacionamento, vestiários, salões, campo de futebol, pista de atletismo, etc."

Caso a venda pública não aconteça desta vez, há outra marcada para o próximo dia 20. Porém, neste caso, não há lance mínimo e a praça esportiva pode ser adquirida por qualquer valor que não seja considerado vil.

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Não é a primeira vez que o estádio se vê envolvido nessa situação. Em 2007, ele foi arrematado pela empresa Madeshopping, pertencente ao grupo Tacla, por R$ 11,2 milhões. Negociação que mais tarde foi suspensa pela 2.ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Pa­­raná, por conta do baixo valor.