Drama
Espanhola perde o ouro no tapetão
Agência Estado
Berlim - Como a brasileira Maurren Maggi, a espanhola Natalia Rodríguez também viveu seu drama pessoal, ontem, no último dia de provas no Mundial de Atletismo. Depois de chegar em primeiro na final dos 1.500 metros livres, com tempo de 4min03s36, ela foi desclassificada e perdeu a medalha de ouro por ter se envolvido em um incidente que causou a queda na pista da etíope Gelete Burka.
A espanhola ainda dava entrevistas a respeito da vitória quando soube de sua desclassificação, determinada pela Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês) com base nas imagens da prova.
Cerca de 200 metros antes da linha de chegada, Rodríguez derrubou Burka quando tentava ultrapassá-la por dentro. Ela chegou a ir atrás da etíope depois do fim da prova para saber como estava. Mas nem assim escapou das vaias do público presente no Estádio Olímpico de Berlim. Maryam Yusuf Jamal, do Bahrein, herdou o ouro com 4min03s74.
Rodríguez considerou a desclassificação "injusta". "Não sou uma atleta que gosta de passar com base em cotoveladas. Se fiz aquilo é porque tinha espaço", protestou. A Real Federação Espanhola de Atletismo (RFEA) ainda apresentou recurso contra a decisão, que foi indeferido. O diretor-geral da RFEA e chefe da delegação do país no mundial, José Luis de Carlos, considerou a decisão "justa".
Já a China obteve seu primeiro ouro com a vitória de Xue Bai na maratona feminina. Ela completou a prova em 2h25min15. A melhor brasileira foi Adriana Aparecida da Silva, em 43º lugar.
Berlim - Foi com choro e sem nenhuma medalha que a delegação brasileira se despediu do Mundial de Berlim. Última esperança de pódio para o Brasil, Maurren Maggi foi abatida pela contusão no joelho direito e terminou a final do salto em distância, ontem, em sétimo. Mais triste foi o desempenho de Keila Costa, que queimou suas três tentativas e foi desclassificada. O país manteve a sina de fracassar e de voltar para casa sem conquistar nada, pela segunda vez seguida, em Mundiais de atletismo.
Maurren fez apenas dois saltos. No primeiro, chegou a 6,68 metros. A atleta queimou a segunda tentativa e abortou a terceira. Na quarta, a campeã olímpica saltou 6,64 metros. Viu o resultado, apoiou-se sobre a região dolorida de seu corpo e chorou. Já não seria possível saltar outras duas vezes. Era o fim do sonho. "O joelho doeu", declarou, em entrevista pela tevê, após sua apresentação.
A campeã olímpica finalmente admitiu que competiu sem estar em suas melhores condições e não teria como enfrentar a norte-americana Britney Reese, que ficou com a medalha de ouro ao saltar 7,10 metros. "Sabia que não tinha como chegar a 7 metros", reconheceu Maurren.
Segundo ela, em razão da contusão no joelho direito que a incomoda desde o início do ano. Porém, havia a expectativa de sair de Berlim com uma medalha de prata ou bronze para somar ao ouro de Pequim/2008. "Achei que no segundo salto conseguiria".
Maurren disse ainda que a participação na Alemanha é sua última da temporada. "Agora vou tratar o joelho". A saltadora não descarta a possibilidade de uma cirurgia. "Mas o que posso dizer é que não vou parar por aqui."
A falta de medalhas não resume o fracasso do Brasil em Berlim. O fato preocupante é que tanto os melhores Maurren Maggi (salto em distância), Jadel Gregório (salto triplo) e Fabiana Murer (salto com vara) , como parte dos 42 atletas da delegação, ficaram longe de suas melhores marcas pessoais. Surpreendentemente, os revezamentos 4 x 100 metros masculino e feminino, afetados por casos de doping, foram a nota positiva. Os homens ficaram em 7.º lugar e as mulheres, em 5.º, apesar das mudanças de última hora na composição do time.
O presidente da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), Roberto Gesta de Melo, admitiu: "Os resultados, no geral, não foram bons". O dirigente, no entanto, lembrou que o Brasil foi prejudicado pelo fato de que Maurren e Jadel estavam contundidos.
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