Depois de terem ficado quase seis meses presos na Bolívia, os cinco torcedores corintianos acusados de envolvimento na morte do garoto boliviano Kevin Beltrán Espada voltaram neste sábado (3) ao Brasil. Libertados na noite anterior, eles desembarcaram no começo da tarde em São Paulo e foram recebidos no aeroporto por familiares e integrantes das torcidas organizadas do Corinthians.
Cleuter Barreto Barros, Leandro Silva de Oliveira, José Carlos da Silva Júnior, Marco Aurélio Nefreire e Reginaldo Coelho estavam presos desde o dia 20 de fevereiro, quando foram acusados de envolvimento no disparo do sinalizador que matou Kevin Beltrán Espada dentro do estádio durante o jogo entre San Jose e Corinthians, realizado na cidade de Oruro, pela Copa Libertadores.
Ao todo, foram 12 torcedores detidos naquela noite de 20 de fevereiro, sob acusação de envolvimento na morte do garoto. Mas, por falta de provas, sete deles acabaram sendo soltos pela Justiça boliviana no dia 6 de junho. Na semana passada, o advogado da organizada Gaviões da Fiel chegou a anunciar a liberação dos outros cinco, o que só acabou acontecendo na sexta-feira.
A liberação dos últimos cinco detidos significa que o processo pode ser encerrado sem que o autor do disparo seja efetivamente punido. De acordo com a Vara da Infância e da Juventude de São Paulo, o fato de os 12 torcedores terem sido soltos indica que a Justiça boliviana acatou a confissão do corintiano de 17 anos que, já de volta ao Brasil, após ter ido ao jogo na Bolívia, assumiu ter soltado o sinalizador no estádio - por ser menor de idade, o jovem identificado como H.A.M. é inimputável pelas leis brasileiras; além disso, não pode ser extraditado para a Bolívia.
Os 12 corintianos que ficaram detidos na Bolívia sempre alegaram inocência na morte do torcedor do San Jose, mas tiveram que passar muito tempo presos em Oruro. A liberação deles chegou a ser negociada pela diretoria do Corinthians - o clube fez uma doação de US$ 50 mil à família do garoto Kevin Beltrán Espada - e até pelo governo brasileiro, que acionou a diplomacia para resolver a questão com os bolivianos.
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