Um dos primeiros, e mais fundamentais, ensinamentos do judô é a queda. Só depois de saber cair é que o atleta aprende a derrubar. O paulista Felipe Kitadai mostrou, ontem, que o aprendizado pode ser o diferencial entre a glória e o fracasso. A lição dos tempos de iniciante rendeu, em seu 23.º aniversário, o inesperado bronze olímpico. "Eu esperava um bom resultado, mas a medalha foi realmente um sonho". Ele abriu a porta para as medalhas brasileiras em Londres.
Estreante nos Jogos, o paulista começou com vitórias sobre Tumurkhuleg Davaadorj, da Mongólia, e Eisa Majrashi, da Arábia Saudita. Mas o brasileiro sabia que teria um desafio cheio de predicados nas quartas de final. Rishod Sobirov, do Usbequistão, foi bronze em Pequim-2008, é o atual líder do ranking mundial e foi eleito, no ano passado, o atleta mais técnico do mundo entre todas as categorias. Barreira grande demais para superar.
Após a derrota inquestionável, teve de ir para a repescagem cavar um caminho até no máximo o terceiro lugar. Não titubeou. "Foi a hora em que tive de me reestruturar. Talvez não tivesse conseguido a medalha se isso [a derrota] não tivesse acontecido", contou, sobre o cair e levantar dentro da mesma competição. Novamente, de pé, precisou reunir todas as forças na trajetória até o pódio.
Após o empate nos cinco minutos do tempo normal, Kitadai venceu o sul-coreano Gwang-Hyeon Choi ao aplicar um yuko pontuação mínima de um golpe no judô faltando pouco menos de um minuto para o fim da luta. O sonho do bronze seguiu pelo mesmo caminho. A última pedra que precisava ser tirada da frente era o italiano Elio Verde. No tempo regular, o aniversariante ficou atrás no placar, por punição, mas arrancou o empate. No golden score (quem marcar ponto, ganha), foi às lágrimas com um belo yuko. Entregou-se, enfim, à emoção. Só se incomodou mesmo com o pedido dos jornalistas em mostrar um dente lascado nos combates. "Prefiro mostrar a medalha".
Há dois anos, ainda franzino, Kitadai trocou o judô paulista pelo gaúcho para treinar com o campeão mundial João Derly, com quem falou minutos após a vitória, por telefone. Em Porto Alegre, ganhou mais força física e agressividade nos combates.
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