Uma das maiores preocupações do Comitê Olímpico Internacional (COI), o complexo esportivo de Deodoro, na zona oeste do Rio de Janeiro, que vai abrigar a disputa de nove modalidades na Olimpíada de 2016, está prestes a sair do papel - pelo menos no projeto, porque as obras só devem começar em 2014. Nesta quarta-feira, após a abertura do último dos envelopes na licitação de Deodoro, o consórcio Vigliecca Marobal ficou em primeiro lugar na soma das notas financeira e técnica.
Ainda há prazo para recurso e todos os consórcios concorrentes informaram que vão recorrer. O prazo para isso termina no próximo dia 29 e ainda não há previsão para o anúncio oficial do governo. O Vigliecca Marobal, no entanto, formado pelo escritório de arquitetura paulista Vigliecca & Associados e a portuguesa Marobal Engenharia de Instalações Elétricas, terminou a última etapa da licitação na liderança, com nota final de 90,99 pontos.
O segundo colocado, consórcio Deodoro 16, teve 85,05 pontos, seguido por Arquipélago (84,67 pontos) e Piasi (81,34 pontos). O governo do Rio exigia no edital da licitação - para contratação do consórcio que vai fazer o plano geral urbanístico e os projetos básico e executivo do complexo de Deodoro - o pagamento máximo de R$ 37,57 milhões, que serão custeados pelo governo federal. O consórcio que fez a melhor proposta financeira foi o Piasi, formado por cinco empresas, de R$ 27,39 milhões. Por isso, o consórcio ganhou pontuação máxima no quesito financeiro (100 pontos), que tem peso de 40% na nota final.
O Vigliecca Marobal propôs a segunda melhor oferta financeira, de R$ 31,59 milhões, mas havia oferecido, segundo a comissão de licitação do governo do Rio, a melhor proposta técnica. Com isso ficou em primeiro na nota final. A partir da data de assinatura do contrato, o prazo para a entrega dos projetos é de 11 meses.
Atrasos
No começo de maio, durante uma das etapas da licitação o secretário estadual de Casa Civil, Régis Fichtner, informou um novo prazo para o início da construção: só no ano que vem. Na ocasião, ele previu que o contrato com o consórcio vencedor seria assinado até o fim deste mês. "As licitações das obras devem ficar para o final do ano. Começar a construção, só no ano que vem", disse à época.
Em junho de 2012, após uma cobrança do COI, o então diretor-geral do Comitê Organizador Rio 2016, Leonardo Gryner (agora diretor-geral de operações), havia afirmado que a construção começaria em 2013, o que não aconteceu.