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Lima passou a semana toda ensaiando a comemoração do gol que sonhava marcar no Atletiba de ontem. Na concentração, contou para os companheiros, que tentaram fazer o atacante desistir da idéia. Não conseguiram. Mas só souberam disso aos três minutos do clássico.

Após receber excelente lançamento de Evandro, o Falso Lento provou o motivo do apelido: deixou Márcio Egídio para traz e só escolheu o canto de Douglas para abrir o caminho da importante vitória. Daí veio a temida comemoração. O atacante foi correndo devagarzinho em direção à torcida rival, como se estivesse entrando escondido em algum lugar. Era isso mesmo, uma ironia ao ex-clube e à plateia que tanto o apoiou quando atuava no Alto da Glória.

"Foi uma comemoração de quem está entrando na casa de um estranho bem quietinho para não acordar o Coritiba, que estava dormindo em campo. Mandando a torcida deles ficar quieta", contou depois do jogo o artilheiro da equipe – chegou aos 11 gols no Brasileiro –, que ao sair de campo esboçou um sorriso de escárnio ao ouvir a torcida alviverde gritar "refugo, refugo".

Não era para menos, nos dois Atletibas que participou defendendo o Atlético, Lima teve participação decisiva. Na final do Paranaense coube ao atacante a cobrança do último pênalti, que definiu o título para o Rubro-Negro. Ontem, foi ele quem abriu o caminho da vitória que mantém vivo o sonho de o Atlético retornar à Libertadores. "Parece até que estou sonhando. Mas é realidade. Agora vamos em busca da Libertadores."

Nos 67 minutos em que esteve em campo, o Falso Lento foi responsável por dois terços dos arremates do Furacão. Foram dele quatro das seis conclusões da equipe até ali.

A saída do jogador para a entrada de Ferreira chegou a ser questionada, mas não por muito tempo – dez minutos depois veio o gol de Paulo André. O goleador, contudo, está com a sua posição no time garantida.

"Apenas achei que o Lima caiu de produção no segundo tempo e por isso o tirei. Mas ele volta a jogar na partida contra o Galo, nada vai mudar", afirmou o técnico Evaristo de Macedo, que manteve a tranqüilidade inabalável de sempre.

O mesmo não se pode dizer do resto da equipe. Na euforia, Libertadores, Libertadores e Libertadores. "Tem uma luz no fim do túnel para buscarmos essa vaga. É difícil, mas pelo retrospecto recente temos de acreditar", disse Paulo André, o outro herói atleticano.

Para chegar com chances de disputar a repescagem do torneio continental – ou seja, de acabar o Nacional em quarto lugar –, o Furacão precisa atingir no mínimo 70 pontos. Com os 45 atuais, chegaria aos 60 vencendo todos os cinco confrontos em casa. Precisaria obter dez pontos, nas cinco partidas fora.

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