Na Inglaterra, Ilan salvou time e "nome" do técnico
Se o atacante Ilan não conseguiu chamar a atenção por seu desempenho em meia temporada no West Ham, pelo menos marcou gols decisivos para a permanência do tradicional clube do leste de Londres na Premier League, e deixou o time de bem com a torcida.
Em 11 partidas, quase todas fora de sua posição original, o curitibano fez quatro gols, fato que rendeu um agradecimento especial do técnico italiano Gianfranco Zola, que também deixou o time ao fim do campeonato.
"Ele ligou e disse que deveria ter me escalado no ataque, como eu havia pedido. Me agradeceu e disse que fui um dos pivôs da recuperação do time, que o ajudei a não sujar o nome dele na Inglaterra", contou o brasileiro, que também defendeu os franceses Sochaux e Saint Ettiene no futebol europeu.
A pequena Bianca Dall'Igna, de apenas 1 ano, ainda não sabe onde irá morar a partir das próximas semanas. Seu pai, o atacante curitibano Ilan Araújo Dall'Igna vê três destinos no horizonte: ficar na França, país em que atuou por seis temporadas e onde hoje treina sozinho para manter a forma física, ir à Espanha, cujo destino seria um clube "médio", ou tentar resgatar algo de que o futebol europeu lhe privou.
"Quero ter chance maior de conquistas, coisa que posso encontrar no Brasil" disse Ilan, por telefone, à Gazeta do Povo, enquanto levantava da cama para cuidar da filha.
"Aqui é complicado. O diretor fala no início da temporada que o objetivo do clube é ficar entre o 10.º e o 12.º. Aí não dá. Por mais que o salário seja bom, não é só isso que quero", desabafou o jogador, que na última temporada foi importante para o inglês West Ham escapar do rebaixamento da Premier League.
Até o próximo domingo (22) o avante de 29 anos revelado pelo Paraná Clube espera receber respostas da equipe francesa e do time espanhol que demonstraram interesse em seu futebol. Porém, também aguarda propostas de clubes de sua terra-natal.
"Seria até mais fácil [voltar]. Hoje o Campeonato Brasileiro está ficando forte, trazendo jogadores de peso. Tive alguns contatos, mas agora deu uma esfriada. Gostaria de definir isso logo", disse o paranaense, que teve seu nome ligado a clubes como Corinthians, Palmeiras e Flamengo, mas não evitaria retornar à Curitiba.
"Hoje seria mais o Atlético, já que o Paraná e o Coxa estão na Segunda Divisão. Mas não descartaria. O salário a gente conversa. É mais a questão profissional mesmo", afirmou o atacante, que garantiu não ter recebido qualquer contato do Trio de Ferro.
Equanto isso, Ilan aproveita para passar mais tempo com a família em Saint-Etienne, cidade localizada no Centro-leste da França, onde tem um apartamento e identificação com o clube local, que defendeu entre 2006 e o fim de 2009.
De um prepador físico dos Verdes, recebe uma planilha de exercícios semanais, feitos todas às manhãs e noites. Mas, apesar da ligação com a equipe, não quer sentir o desgaste de sempre brigar contra o rebaixamento mesmo motivo que, aliado ao estilo de jogo "engessado" do futebol inglês, lhe fez deixar o West Ham e ficar livre para assinar com quem quiser.
"Vou ser muito sincero. Me adaptei muito bem no exterior, fora a saudade da família. Não tenho problema com comida, nem clima. Porém, sinto falta daquele espírito de jogar. Quando estava no Atlético ou no São Paulo, podia tentar uma jogada, fazer o que quisesse. Aqui é muito restrito na parte tática, os jogadores são podados desde as categorias de base", concluiu o curitibano, já cansado de treinar por conta própria e ansioso para encontrar a nova casa para Bianca.
E você, torcedor, gostaria de contar com o atacante Ilan em seu time? Deixe seu comentário!
Deixe sua opinião