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88 anos de vida, 77 de Coritiba. Aparentemente cem páginas não seriam suficientes para explicar para uma nova geração de coxas-brancas qual foi a importância de Aryon Dornelsen para o Alviverde do Alto da Glória. Mas talento e poder de síntese, o jornalista Vinícius Coelho conseguiu e transformou uma série de "bate-papos" no livro "Aryon Cornelsen, um Empreendedor de Vitórias", que será lançado neste sábado nas Livrarias Curitiba da Boca Maldita (Av. Luiz Xavier, 78), a partir das 10h.

Literalmente encomendado pelo neto de Aryon, André Cornelsen Brofman, o livro foi a oportunidade de relembrar histórias e eternizar momentos dos tempos áureos do futebol paranaense. "Foi uma homenagem merecida pro tudo que ele fez pelo Coritiba", disse, por telefone, à Gazeta do Povo. "Eu, em particular, acompanhei desde pequeno a história dele com o Coritiba. A história dele, na verdade, se confunde com a do Coritiba. Tive a ideia de fazer um apanhado de tudo que já aconteceu na vida dele, reportagens de jornal, fotos antigas e muitas das histórias que ele conta. Ninguém melhor que o Vinícius Coelho para tornar isso tudo real", explicou.

"Ficou um trabalho muito bom, mas não é fácil fazer um livro sobre o Aryon. Ele queria que eu metesse o pau num monte de gente, mas no final fizemos um livro só com as coisas boas – e forma muitas – que ele fez pelo Coritiba", afirmou Coelho.

Nascido em 3 de maio de 1921, Aryon começou como jogador do Coritiba aos 11 anos de idade, em 1932. Teve atuações destacadas e participou de momentos muito importantes com a camisa alviverde, como a inauguração do estádio Pacaembú, em São Paulo. Deixou os gramados na década de 20 e em 1956 assumiu como presidente do clube do coração. Ficou no cargo até 63 e tornou-se o presidente com maior média de títulos conquistados por gestão, levantando a taça em 56, 57, 59, 60 e 62.

O livro, segundo Vinícius Coelho, é um bate-papo entre amigos. "Tem passagens muito boas. Falamos de uma no Norte do Paraná certa vez. Era uma final, de três jogos. A primeira na capital, a segunda no interior e a terceira, se precisasse, também na capital. A proposta irrecusável, disse um dirigente vivo que tinha por lá, era dar a renda da 2ª partida inteira para o Aryon se o terceiro jogo também fosse lá. Ele enrolou o cara e inventou uma desculpa. O Coxa foi lá e ganhou, eliminando a chance de ter um terceiro jogo. O diretor não apareceu nunca mais", divertiu-se.

Tanto para o autor, quanto para Brofman, Neto de Aryon, o livro é um registro histórico das coisas boas feitas pelo coxa-ilustre. "Falamos dos grandes jogadores, dos grandes jogos. Do bolo esportivo (espécie de loteria) que ele idealizou e foi o responsável pela construção do Belford Duarte (primeiro nome do Couto Pereira) de concreto", acrescentou Coelho.

Autor do prefácio do livro, Brofman conta a satisfação do avô ao ver a obra pronta. "Um dos momentos mais importantes conta como foi a saga para a construção do Belford Duarte. No prefácio falo dele com avô, um pouco da nossa história". E conclui. "Ele ficou muito feliz em saber que esse sonho esta realizado. Sabe que de alguma forma ele poderá guardar tudo o que ele viveu para ser contado para outras pessoas".

Além do lançamento neste sábado, na Boca Maldita, um segundo evento esta agendado para o dia 25, uma quinta-feira, na Livraria Curitiba do Shopping Estação. Neste dia, o autor estará distribuindo autógrafos para quem comprar o livro, que custa R$ 20.

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