Supremacia
Pela 11ª vez em 12 corridas na temporada de Fórmula 1 a equipe Red Bull fez a Pole Position. E dessa fez com dobradinha. Hoje, às 9 horas, no circuito de Hungaroring, em Budapeste, na Hungria, o alemão Sebastian Vettel larga na frente seguido pelo companheiro australiano Mark Webber. As Ferraris do espanhol Fernando Alonso e do brasileiro Felipe Massa formam, respectivamente, a segunda fila. Rubens Barrichello sai em 12º, Lucas di Grassi em antepenúltimo e Bruno Senna na penúltima colocação.
Faz parte do business. Assim os pilotos paranaenses entrevistados pela Gazeta do Povo classificaram a ordem imposta pela Ferrari a Felipe Massa no último GP da Alemanha, quando o brasileiro, após liderar por 49 voltas, recebeu ordem da equipe para dar passagem ao companheiro Fernando Alonso. A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) multou a Ferrari em US$ 100 mil e ainda levará o caso ao Conselho da entidade. A mesma Ferrari, no GP da Áustria de 2002, ordenou que Rubens Barrichello abrisse passagem para Michael Schumacher a poucos metros da linha de chegada.Hoje, a partir da 9 horas, no GP da Hungria, as atenções estarão voltadas para novas manobras pouco éticas.
O toledano Rodrigo Sperafico, que corre pela Stock Car, disse que às vezes os pilotos têm de fazer o jogo da equipe, porque não se pode passar por cima de uma decisão vinda do chefe. "Eu já estive dos dois lados da moeda: ultrapassei e deixei me ultrapassarem. No caso do Felipe, do ponto de vista do negócio Fórmula 1, ele fez o que tinha de fazer", disse.
Já o curitibano Pedro Boesel, que corre pela Stock Car Jr., acha que esse tipo de situação não aconteceria no Brasil. "Os companheiros de equipe raramente têm o mesmo patrocinador". Boesel também disse que é a favor da decisão tomada pela equipe italiana. "O Alonso estava mais rápido naquele momento da corrida e tinha mais pontos no campeonato. Achei muito normal e sensata a posição da Ferrari", explicou.
O irmão de Rodrigo, Ricardo Sperafico, diz que tudo isso aconteceu porque o pensamento na categoria mudou. "Agora o interesse vai todo para a equipe, não para quem dirige. É ruim para o piloto, porque quando ele está bem, cortam as asinhas dele", disse. "Eu não faria, mas foram vários os fatores que influenciaram na decisão da equipe", finalizou.
Quando corria pela Arrows, em 2001, o curitibano Enrique Bernoldi também teve de acatar ordem da equipe. "Em Mônaco, pediram para eu deixar o Jos Verstappen passar. Nós estávamos lá atrás na corrida, mas ele tinha a preferência por estar há nove anos na F-1 e há quatro na escuderia", contou Bernoldi, que acha antidesportiva essa atitude por parte das equipes. "Vai contra a ideia do que vença o melhor. As corridas são emocionantes justamente porque existem essas dificuldades para as ultrapassagens", complementou.
Além de Bernoldi, quem também passou pela mesma situação na F-1, tendo o próprio Fernando Alonso como companheiro, foi o curitibano Tarso Marques, quando corria pela Minardi.
Massa já avisou que hoje não deixará Alonso passar. Também destacou que não é um "segundo piloto". A verdade apenas no circuito de Budapeste.
Marques já penou com Alonso
Na temporada da F-1 de 2001, correndo pela Minardi, Tarso Marques foi companheiro de equipe do espanhol Fernando Alonso, um dos protagonistas da última polêmica de troca de posições na categoria. E com Marques a história não foi diferente.
"Aconteceu comigo em várias ocasiões. O Alonso era o piloto contratado e tinha todas as preferências na equipe. Tudo de melhor em equipamentos estava no carro dele", disse.
O piloto curitibano ainda afirmou que o carro reserva da equipe era para o espanhol e que todas essas condições deviam-se ao fato de que Alonso levava consigo dinheiro à equipe. Ele ainda revelou que, em uma das vezes em que foi ordenada a troca de posições, disse à equipe que o rádio não estava funcionando. Então a equipe o avisou que, quando o rádio voltasse a ter problemas, colocariam uma placa com um "X" na reta dos boxes, indicação para ele deixar o companheiro ultrapassá-lo.
"Isso que aconteceu é 100% normal, mas como foi de uma forma descarada e envolvia um piloto brasileiro, está todo mundo falando. Não é legal, mas é justificável, porque o importante é que a equipe ganhe", falou.
Atual participante da Stock Car, Tarso Marques disse que os pilotos são contratados para jogar pela equipe e, no momento em que ela toma uma atitude dessas, está apenas procurando o melhor para o time. Marques finalizou dizendo que quando alguém resolve não acatar alguma ordem pode acontecer o mesmo do GP da Inglaterra, quando Sebastian Vettel e Mark Webber, companheiros de equipe na Red Bull, bateram logo na primeira volta do grande prêmio, que teve vitória do australiano.
Ao vivo
GP da Hungria, às 9 h, na RPC TV.
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