Reforço de torcida e no caixa estão reservados ao Londrina a partir de amanhã, quando começa uma série de três jogos em casa. Um público de 4 mil pessoas por partida é esperado no Moringão, um recorde nos duelos do time até agora pela Superliga masculina de vôlei. As bilheterias contra Montes Claros (amanhã, às 18 h), São Caetano (dia 3/2) e São Bernardo (5/2) não resolvem, mas amenizam a dificuldade financeira enfrentada pela equipe.
Se o fato de ter sido montado às pressas e com um orçamento acanhado já valoriza a boa campanha, a crise nas contas poderia transformar o Londrina em um time de abnegados. Afinal, a equipe sensação do primeiro turno aceitou receber apenas a metade dos salários. Mas os jogadores não pensam assim.
"É difícil. Todos querem receber, têm seus compromissos. Conversamos sobre o fato de talvez até não treinarmos. Só que chegamos à conclusão de que isso seria um tiro no pé. Nós precisamos estar em quadra, jogando. E acreditamos na diretoria", conta o líbero Alan Barbosa, campeão mundial pela seleção e o jogador mais conhecido da equipe paranaense.
O baque nas finanças aconteceu às vésperas do início da competição, com a saída de um patrocinador que havia se comprometido a bancar boa parte das despesas, ao lado da empresa de telefonia Sercomtel. "Nós planejamos e fizemos os contratos contando com isso. Quando perdemos esse apoio, fomos muito transparentes com os jogadores e eles nos entenderam", explica o presidente do time Luiz Maccagnan.
Enquanto os atletas se entrosavam às pressas e surpreendiam desbancando favoritos e conquistando sete jogos de invencibilidade, a diretoria corria para sair do vermelho. Há três semanas foi fechado o patrocínio com a empresa de limpeza pública de Londrina MM, cuja logomarca vai estampar o uniforme de todo o time a partir de amanhã.
Outras negociações seguem em andamento e até uma rifa está nos planos para acertar a contabilidade. "Não tenho vergonha nenhuma de chegar nas empresas e falar, me dá mil aqui, outro mil ali. O time está levando o nome da cidade longe", acrescenta o dirigente. Ele promete para março o pagamento dos salários integrais e, aos poucos, o acerto das prestações vencidas.
Por toda essa circunstância a trinca de compromissos como mandante agrada tanto. "É muito bom contar com a torcida, e financeiramente ajuda o clube também", comenta o levantador Guilherme. Descontando as despesas com o jogo arbitragem, funcionários, animador, som, segurança, etc. cada partida deve render cerca de R$ 15 mil. "Vai para pagar viagens, alimentação, para o dia a dia", explica o dirigente. O custo total da disputa é de R$ 1,4 milhão.
"Não sei se essa empresa que deixou de patrocinar se arrepende. Mas o Londrina ganhou muita visibilidade. Eu não tinha nem noção do que era a Sercomtel, para mim era de eletricidade. Podemos ir mais longe ainda", prevê Alan.
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