Personagem
Raul ressurge entre os titulares
"Quero que ele seja meia, ponteiro, atacante. Parta para cima, se movimente. A única obrigação defensiva será marcar o lateral adversário". As ordens são de Antônio Lopes para Raul. Depois de amargar um longo período na reserva, preterido por Nei e Wesley (improvisado), o jogador volta a ser titular da ala direita hoje, contra o Toledo, no interior do estado.
Oportunidade de se firmar depois que os antigos donos da posição deixaram o clube (para Internacional e Santos, respectivamente) e o principal concorrente, o prata da casa Gerônimo, não pôde ser usado por problemas na documentação o atleta estava emprestado ao Olimpi Rustav, da Geórgia.
"Estou com muita vontade de jogar depois que passei praticamente o segundo semestre inteiro sem ter muitas oportunidades. O Lopes está conversando comigo, me passando confiança. Sei que só depende de mim", diz Raul, assíduo frequentador das seleções brasileiras de base.
Adversário
Porco convoca a torcida para bater favorito
O Toledo sonha ser uma das forças do interior e incomodar os grandes da capital no Paranaense. Terá uma ótima chance de mostrar se está apto a cumprir essas metas logo na primeira rodada, hoje, contra o Atlético. Atual campeão e único clube do estado na Série A nacional, o Rubro-Negro é visto com respeito pelos toledanos.
"Vamos jogar contra o Atlético, único time de Série A no campeonato. Independente do time deles, respeitaremos. O favoritismo é todo deles. Eles têm 12 meses de calendário e mais qualidade técnica, elenco e estrutura. Iremos tentar achar algum diferencial para superar isso e surpreender", disse o técnico Agenor Picinin.
O treinador conta com o apoio da torcida no 14 de Dezembro para descontar a diferença técnica para o Furacão. Quem for ao estádio, verá uma equipe bastante reformulada, com 14 novos contratados 11 já vão a campo como titular.
Antônio Lopes inicia hoje, na partida do Atlético contra o Toledo, às 16h50, no interior do estado, a caminhada que pode torná-lo o único treinador campeão paranaense pelos três principais times do estado. Feito e tanto, que mexe com o orgulho do Delegado, normalmente avesso a badalações, vencedor de dois Regionais 1996 (Paraná) e 2004 (Coritiba). "Todo mundo tem sua vaidade, de procurar sempre o máximo, o melhor. Seria ótimo alcançar três títulos aqui, dirigindo os grandes times do Paraná em momentos distintos", enfatiza o técnico, 68 anos e 12 voltas olímpicas como treinador no currículo (considerando apenas campeonatos importantes).
Há ainda um outro aspecto, que torna a marca, se conquistada na atual edição do Estadual, ainda mais relevante: Lopes completa 30 anos de carreira em 2010. "É a primeira vez que eu vou disputar um campeonato paranaense pelo Atlético. Trabalhei em um pelo Paraná e em dois pelo Coritiba. Naturalmente que a gente fica pensando nisso. Seria ótimo se o Atlético conseguir o título sob a minha direção", afirma, acrescentando na sequência: "Mas tenho consciência de que a parada é difícil".
O primeiro clube de Lopes foi o modesto Olaria, do Rio de Janeiro, em 1980. De lá, rodou por outros 20 times, além das seleções do Kuwait e da Costa do Marfim (manager). Trabalhou também com Luiz Felipe Scolari, participando da comissão técnica que ganhou o quinto título mundial da seleção brasileira, em 2002, no Japão/Coreia do Sul. Antes, exerceu as funções de auxiliar e preparador físico no Vasco.
"Toledo é longe (543 km)? Tem de ir de ônibus? Estou acostumado. Imagina como era no Olaria, no começo da minha carreira", diz, rindo, durante uma das diversas brincadeiras que fez com os jornalistas nos primeiros dias de trabalho da temporada.
O favoritismo que acompanha o Rubro-Negro por causa dos insucessos recentes dos rivais não mexe com o treinador. Lopes evita o rótulo. "Não tem nada disso. Não existe favoritismo em futebol e em lugar algum do mundo. Estamos em igualdade de condições com os outros (em referência a Coritiba e Paraná) e abaixo daquelas equipes que estão treinando desde novembro", ressalta, abusando da precaução.
Para tentar amenizar o efeito do curto período de preparação, o Delegado optou por uma escalação alternativa para a estreia no Paranaense. Com o departamento médico cheio, jogam os melhores fisicamente. Formação que terá oito atletas oriundos da categoria de base e os "forasteiros" Márcio Azevedo, Paulo Baier e Wallyson. "Nas primeiras rodadas não vamos poder exigir muito da rapaziada. Mas acho que esse pessoal pode responder presente", diz.
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Ao vivo
Toledo x Atlético, às 16h50, na RPC TV, no PFC e no tempo real da Gazeta do Povo (www.gazetadopovo.com.br/esportes).
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Em Toledo
Toledo
Gottardi; Renato Mello, Glauco e Bill; Edson Mendes, Renato Gaúcho, Tobias, Leandro Bocão e Alemão; Andrade e Jessé.
Técnico: Agenor Piccinin.
Atlético
Neto; Manoel, Rhodolfo e Bruno Costa; Raul, Renan, Chico, Paulo Baier e Márcio Azevedo; Wallyson e Patrick.
Técnico: Antônio Lopes.
Estádio: 14 de Dezembro. Horário: 16h50. Árbitro: Héber Roberto Lopes. Auxs.: Aparecido Donizetti Santana e Rafael Trombetta.
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