Instabilidade é a palavra que melhor representa a vida dos técnicos nacionais. Neste Brasileiro, em 14 das 21 rodadas do primeiro turno, apenas cinco clubes não trocaram de treinador pelo menos uma vez. Lori Sandri (Paraná Clube), Muricy Ramalho (Internacional), Abel Braga (Fluminense), Tite (Atlético-MG) e Gallo (Santos) são os heróis da resistência. Na dança das cadeiras, 18 profissionais dos 22 clubes da Série A foram afastados ou se afastaram de seus postos.
Representante do estado nessa restrita relação, Lori Sandri caiu nas graças da torcida paranista. A equipe recuperou o bom futebol e tem ocupado posição intermediária na tabela. Na última edição do campeonato, o Tricolor se limitou a brigar contra o rebaixamento.
Mesmo assim, o treinador chegou a balançar no cargo antes de ter tempo de dar uma cara para o grupo. Só virou unanimidade depois da nona rodada, com a vitória sobre o Atlético-MG, por 1 a 0, no Pinheirão.
"Hoje está bonito de ver o resultado, mas lá atrás tivemos gente falando coisas que não eram verdade, atrapalhando nosso trabalho", contou, após a vitória por 2 a 0 sobre o rival Atlético.
O segredo para a vulnerabilidade da função, segundo Lori, não é nenhuma novidade. "No Brasil o que vale é o resultado. O que era bom ontem, hoje já não presta mais", opinou, para depois defender o seu trabalho.
"Nossa missão tem sido heróica. Sair de um campeonato sem ter jogadores para montar um time, tendo de pegar um atleta de cada lugar para, depois, juntar e formar um grupo coeso não é fácil", explicou, deixando claro que, apenas com o tempo, é possível avaliar a competência de um treinador e sua sincronia com o elenco.
Mostrando certa irritação com o assunto, Lori ainda respondeu se em algum momento sentiu seu emprego ameaçado no Paraná. "Claro que sim. Desde o primeiro dia em que assinei o contrato", disse.
Guilhotina
A ciranda de técnicos no Brasileiro criou situações curiosas. Antônio Lopes, hoje no Atlético, personifica essa condição. Nos dois primeiros jogos da competição, defendeu Coritiba. Perdeu o cargo por causa do fracasso na Copa do Brasil, contra o Treze-PB. Na quinta rodada, assumiu o lugar de Edinho.
O episódio mais esdrúxulo ocorreu logo na primeira partida. Péricles Chamusca liderou o Goiás na vitória longe de casa contra o Paraná, por 2 a 0. Voltou para Goiânia desempregado. Édson Gaúcho assumiu, apoiado pelo título estadual conquistado no rival Vila Nova. Permaneceu 11 partidas e já cedeu lugar para Geninho, que estava no futebol árabe.
Invertendo a ordem dos acontecimentos, Oswaldo Alvarez "demitiu" a líder Ponte Preta. O técnico aceitou uma proposta financeiramente mais vantajosa do Verdy Tokyo, do Japão, e deixou a Macaca na mão.
Lula arranca uma surpreendente concessão dos militares
Polêmicas com Janja vão além do constrangimento e viram problema real para o governo
Cid Gomes vê “acúmulo de poder” no PT do Ceará e sinaliza racha com governador
Lista de indiciados da PF: Bolsonaro e Braga Netto nas mãos de Alexandre de Moraes; acompanhe o Sem Rodeios
Deixe sua opinião