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Nelma Manhães, gerente do Tiki Hostel, no topo do Cantagalo: tudo pronto para os Jogos. | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Nelma Manhães, gerente do Tiki Hostel, no topo do Cantagalo: tudo pronto para os Jogos.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

A Olimpíada vai ser um carnaval extra, com a vantagem que vai durar mais tempo. Na Copa chegamos a 94% de ocupação. E pelo ritmo devemos superar isso nos Jogos.

Carla Lee Barnet, assistente da diretoria da Associação de Cama & Café e Albergue do Rio

Se a Copa do Mundo foi boa, a expectativa do setor hoteleiro do Rio é de que a Olimpíada seja ainda melhor. O temor de que a cidade não conseguisse atender a demanda por quartos foi erradicado. Até o fim de 2015, a meta de 48 mil acomodações será superada. Atualmente está em 42 mil, mas até dezembro deve chegar perto de 60 mil, segundo a seção fluminense da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-RJ). E, a exatamente um ano da cerimônia de abertura dos Jogos, no dia 5 de agosto de 2016, a maior parte dos quartos já está reservada.

A preocupação do setor, explica o presidente da ABIH-RJ, Alfredo Lopes, é não perder o embalo após a Rio-2016. Como exemplo, ele cita Barcelona, que não aproveitou bem a promoção da Olimpíada de 1992 e teve de fazer um novo plano para voltar a atrair turistas. “Temos estudos que mostram que as cidades olímpicas têm crescimento no movimento de hotéis entre 20% e 25% após a disputa. Mas não dá para se acomodar, senão, perde esse fluxo”, explica Lopes.

Já o vice-presidente do Sindicato de Hotéis, Bares e Restaurantes do Rio (SindRio), Alexandre Sampaio, confirma a boa ocupação nos Jogos. Mas diz acreditar que a Rio-2016 pode deixar uma herança nada boa: a dificuldade de preencher esses quartos a mais depois da competição. “Teremos uma superoferta. E aí teremos uma guerra tarifária, já que os gastos têm de ser mantidos, mas não há como baixar os preços”, afirma.

A expectativa do Ministério do Turismo é de que 500 mil turistas visitem o Rio na Olimpíada. “Vai ser um período de muito movimento, como na Copa. E o fato de concentrar todas as competições no Rio é ótimo”, considera a diretora geral do Copacabana Palace Hotel, Andréa Natal. Todos os 239 quartos do maior ícone da hotelaria carioca já estão fechados para os Jogos. Só a equipe da tevê norte-americana NBC hospedará 450 profissionais, entre jornalistas e equipe técnica que trabalharão na disputa.

Carnaval extra

Para a Associação de Cama & Café e Albergue do Rio de Janeiro (Accarj), que representa 49 estabelecimentos de hospedagem no estado do Rio, a Olimpíada entrará no mesmo padrão de eventos como o Carnaval e o Réveillon, os dois picos anuais de ocupação dos leitos. “A Olimpíada vai ser um carnaval extra, com a vantagem que vai durar mais tempo”, enfatiza a assistente da diretoria da Accarj, Carla Lee Barnet.

Dos 250 leitos dos albergues que a Accarj representa, 89% já estão reservados para a Rio-2016. E a tendência é chegar a 100%. “Na Copa chegamos a 94% de ocupação. E pelo ritmo devemos superar isso na Olimpíada”, aponta Carla.

No Pura Vida Hostel, em Copacabana, que tem 46 leitos em quartos coletivos e 25 em privativos, três grupos de turistas estrangeiros estão na disputa para fechar o estabelecimento inteiro durante os Jogos. Um é da família de uma jogadora de vôlei da Holanda e os outros dois de pessoas que vão trabalhar durante a Rio-2016. O primeiro grupo entrou em contato há cinco meses. “Estamos tendo essa disputa sem anunciar em sites de hospedagem. Quando abrirmos para sites especializados, a procura vai aumentar mais”, acredita o proprietário do Pura Vida, Rafael Azevedo.

A oportunidade dos Jogos também chega às comunidades pacificadas. No topo do Cantagalo, morro que divide Copacabana de Ipanema, o Tiki Hostel já está com 80% de sua capacidade reservada para os Jogos Olímpicos. Como a pousada foi aberta ano passado, justamente no primeiro dia da Copa, o proprietário, o neozelandês Dale Smith, diz acreditar que a propaganda de quem veio para o Mundial de 2014 vai impactar nos Jogos. “Acredito que vamos ter um fluxo maior do que na Copa, quando ainda não tínhamos muita experiência no ramo e mesmo assim chegamos a 97% de ocupação”, exemplifica.

A gerente do Tiki Hostel, Nelma Manhães, afirma já estar preparada para receber os turistas durante a Olimpíada. Talvez até para um período maior do que eles planejarem. “Na Copa veio um grupo de alemães que só ia ver a final e ia embora. Mas eles gostaram tanto que acabaram ficando um mês. Era festa com churrasco e caipirinha todos os dias. Espero que na Olimpíada seja a mesma coisa”, torce Nelma.

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