| Foto: Sossella

Ronaldinho Gaúcho segue devendo

São Paulo – A grande pergunta no Morumbi era: o que está acontecendo com Ronaldinho Gaúcho? O meia mais uma vez decepcionou com a camisa da seleção brasileira. O melhor do mundo nas temporadas 2004 e 2005 apareceu apenas duas vezes no duelo com o Uruguai. Ao levar drible do lateral-direito Pereira no gol adversário e ao reclamar de Robinho por não ter recebido um passe.

O craque do Barcelona tem sido um mero coadjuvante nos últimos jogos da seleção. Showman de outros tempos, até passe fácil, de poucos metros, ele tem errado.

O atleta reclama de dores no tornozelo direito. Foi assim nesta quarta, ao ser substituído por Josué aos 14 minutos do segundo tempo. Pouco antes, levara uma entrada do uruguaio Lugano. E levou a mão ao local machucado ao deixar o campo. As dores não podem ser dadas como desculpa pela má atuação. O atleta, cujo largo sorriso é uma das características, tem andado cabisbaixo ultimamente. Evita entrevistas. E, em campo, tem sido irreconhecível.

A bola cai aos seus pés e, ao tentar o drible, pára na marcação adversária. As arrancadas rumo ao gol já não saem com sucesso. Nesta quarta, seus lançamentos foram mal sucedidos. E até na marcação tem falhado – Pereira passou fácil por ele antes de cruzar para Abreu balançar as redes.

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São Paulo – A seleção brasileira foi sofrível ontem. Não faltaram vaias na vitória por 2 a 1, no Morumbi, contra o Uruguai. Um suado triunfo que veio graças às defesas de Júlio César e – principalmente – da pontaria de Luís Fabiano.

Convocado às pressas para o lugar do lesionado Afonso, o atacante do Sevilla apareceu entre os titulares no lugar de Vágner Love e salvou a pele do técnico Dunga, diante de 63 mil torcedores. Ele marcou os dois gols da equipe nacional.

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O Brasil fez um primeiro tempo lamentável e teve sua rede balançada aos 8 min, em cabeçada de Abreu. Depois de levar mais alguns sustos, foi para o intervalo no lucro graças ao chute sem ângulo de Luís Fabiano, que igualou o marcador aos 44 min.

Na etapa final, a equipe continuou mal e Ronaldinho foi chamado de "pipoqueiro" quando foi substituído por Josué – e Dunga ouviu o coro de "burro". Ainda assim, os anfitriões chegaram à vitória em mais um gol do inspirado camisa 9. Aos 19 min, o centroavante completou para a rede o chute errado de Gilberto.

"Na verdade, aqui eu me sinto em casa. Eu conheço os atalhos, tenho sorte aqui e fui feliz em minha passagem no São Paulo. Graças a Deus consegui voltar à seleção e consegui fazer um belo trabalho", disse o herói, logo após o jogo.

Júlio César também comemorou o resultado. "Falaram tanto nessa história de eu ser vaiado (com gritos de Rogério Ceni). Mas o que eu queria mais era vencer aqui pela seleção, e deu tudo certo – disse o camisa 1, que deu um passo decisivo para se firmar nas futuras convocações.

A vitória brasileira sobre os uruguaios evitou também que a seleção fizesse o pior começo de Eliminatórias desde que o formato passou a ser de todos contra todos. E mais: acabou com um jejum de oito anos sem vencer os rivais. Nos seis jogos anteriores, houve uma derrota e cinco empates.

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A próxima rodada das Eliminatórias ocorre apenas entre os dias 14 e 15 de junho. Contra o Paraguai, a seleção tenta sua primeira vitória fora de casa na competição em mais de três anos.

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Em São PauloBrasil 2 x 1 Uruguai

BrasilJúlio César; Maicon (Daniel Alves), Alex, Juan e Gilberto; Gilberto Silva, Mineiro, Kaká e Ronaldinho Gaúcho (Josué); Robinho (Vágner Love) e Luís Fabiano. Técnico: Dunga.

UruguaiCarini; Pereira, Godín, Lugano e Fucile; Álvaro González, Gargano, Inácio González (Bueno) e Cristian Rodriguez; Abreu e Suarez (Sanchez). Técnico: Oscar Tabárez.

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Estádio: Morumbi. Árbitro: Hector Balsassi (Argentina). Auxs.: Rodolfo Otero e Ricardo Casas (ambos da Argentina). Público: 65.379. Renda: R$ 4.321.225,00. Cartões amarelos: Suárez (U), Fucile (U), Álvaro González (U). Gols: Abreu, aos 8/1.º, e Luís Fabiano, 44/1.º e 19/2.º.