Ao assinar medida provisória que autorizou as 12 subsede e os estados envolvidos com a Copa do Mundo de 2014 a aumentar o limite de endividamento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconheceu ontem que o governo federal gastou muito mais do que o previsto nas obras para os Jogos Pan-Americanos de 2007, realizados no Rio de Janeiro.
"Nossa previsão era de gastar entre R$ 400 milhões a R$ 600 milhões, mas acabamos chegando aos R$ 2 bilhões", disse Lula. Para ele, o estouro nas contas deveu-se à falta de organização às vésperas do Pan, em que nem União nem estados e o município do Rio de Janeiro sabiam direito qual era a tarefa de cada um. "E não poderíamos dar vexame, então, fizemos as obras".
Para a Copa de 2014, Lula disse que o papel de cada um está bem definido. "Caberá aos estados e aos municípios reformar e construir os estádios", disse ele. "E cada centavo que for gasto será posto no Portal da Transparência para que os cidadãos saibam como está o andamento das obras e o que está sendo gasto."
O governo aumentou de 100% para 120% o limite de endividamento das cidades que tiverem obras para a Copa. "É importante ressaltar que isso não altera a lei de responsabilidade fiscal, pois para os municípios a lei de responsabilidade também é 120% então estamos flexibilizando para viabilizar as obras, falou o ministro Orlando Silva (Esporte).
O presidente aproveitou cerimônia e se posicionou publicamente sobre o impasse que envolve a sede paulista para o Mundial de 2014.
"Sei que tem uma briga em São Paulo muito feia, mas não consigo imaginar uma Copa no Brasil sem São Paulo. Estou disposto a entrar nessa conversa. O governador de São Paulo já deveria ter chamado a responsabilidade para resolver, em vez de deixar as pessoas brigando pela imprensa, disse Lula. Nem o governador Alberto Goldman nem o prefeito Gilberto Kassab se encontravam no evento.
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