O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira que, assim como ele precisou superar a desconfiança para se tornar o primeiro operário a alcançar à Presidência do Brasil, o Rio de Janeiro também vai provar que é possível realizar uma Olimpíada na América do Sul pela primeira vez.

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Em Copenhague para defender a candidatura do Rio aos Jogos de 2016, Lula acrescentou que seu discurso aos membros do Comitê Olímpico Internacional (COI) antes da votação de sexta-feira vai exaltar "o momento mágico" atravessado pela economia do país e disse que dessa vez é o Brasil que vai entoar o lema: "sim, nós podemos".

"Penso que é o mesmo tipo de convencimento", disse Lula a jornalistas em entrevista coletiva, comparando a campanha do Rio com a sua própria chegada à Presidência, em 2003, após ter sido derrotado em três campanhas presidenciais.

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"Aqui a história se repete. Temos os Jogos Olímpicos muito marcados por serem feitos em países desenvolvidos... muitas Olimpíadas no continente europeu e muitas nos Estados Unidos. Queremos mostrar que o Brasil é o único país entre as 10 economias do mundo que nunca realizou uma Olimpíada", acrescentou.

O Rio, pela primeira vez na reta final de uma candidatura olímpica após duas tentativas frustradas, trava com Madri, Chicago e Tóquio uma das mais apertadas disputas olímpicas dos últimos anos, em que, segundo o presidente, "pela primeira vez todo mundo quer ser o pai da criança".

O papel do presidente é considerado chave na campanha da cidade, especialmente porque Chicago --vista por sites especializadas como favorita ao lado do Rio-- terá o apoio do presidente dos EUA, Barack Obama, na votação dos membros do COI.

Lula inclusive usou o famoso slogan da campanha presidencial de Obama: "Sim, nós podemos (Yes, we can)" para descrever o sentimento de mudança defendido pela candidatura brasileira.

"Queremos dizer ao mundo que nós podemos. Nós nunca dissemos. No Brasil estávamos habituados a dizer nós não podemos, somos pobres, como se fôssemos cidadãos inferiores. Mas desta vez queremos olhar para o mundo e dizer: 'Sim, nós podemos e vamos realizar essa Olimpíada'", disse Lula, numa concorrida entrevista no hotel que serve de base para a delegação brasileira na capital dinamarquesa.

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INVESTIMENTO

Um dos trunfos da candidatura brasileira está no momento econômico do Brasil, que foi um dos últimos países a sofrer as conseqüências da crise econômica global e um dos primeiros a apresentar sinais de recuperação.

Segundo o presidente, a realização dos Jogos Olímpicos se encaixa com o plano de investimento em infraestrutura no país através do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) e ainda contará com obras que já estarão prontas para a Copa do Mundo que acontecerá dois anos antes no Brasil.

"Todo mundo que acompanha a economia sabe que o Brasil está hoje numa situação mais favorável que muitos países desenvolvidos", disse.

"Enquanto muitos países do mundo vivem o desemprego, nós vamos chegar este ano a 1 milhão de novos postos de trabalho, contra milhões de desempregados no mundo todo", afirmou.

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"As Olimpíadas virão apenas a nos forçar a fazer mais coisas do que já estávamos prevendo fazer. Só os investimentos em infraestrutura nesse momento chegam a 359 bilhões de dólares", acrescentou o presidente, que também citou as descobertas de reservas de petróleo na camada do pré-sal como fonte de recursos para investimentos em infraestrutura.

Se mostrando bastante confiante na candidatura brasileira --disse inclusive que não trabalha com a hipótese de o Rio perder-- o presidente afirmou que nenhuma concorrente apresentou uma proposta tão boa quanto a da cidade e que há bastante tempo até os Jogos para melhorar o que for preciso.

"Ninguém apresentou um projeto da magnitude que nós apresentamos e com a consistência que nós apresentamos", disse Lula.

"Não vou falar da beleza do Rio, das qualidades do povo do Rio, vou apenas dizer que o Brasil e a América do Sul estão querendo pegar essa oportunidade com unhas e dentes para que a gente possa levar pela primeira vez para o continente a possibilidade de realizar uma Olimpíada."

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