O presidente Lula tenta intervir junto à Fifa para que o Brasil aumente de 10 para 12 as cidades que receberão jogos da Copa do Mundo de 2014. A reivindicação é compartilhada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e deve chegar aos organizadores da competição nesta semana. A informação é do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.
Ele encontrou-se ontem em Brasília com representantes do Comitê Executivo para Assuntos da Copa do Mundo, formado por dirigentes do futebol paranaense e membros do governo estadual e municipal. "O ministro dos Esportes, Orlando Silva, recebeu a ordem do presidente de enviar uma carta com a posição favorável do governo quanto ao aumento para 12 sedes", disse. Para o ministro, a ampliação torna a ausência de Curitiba "quase impossível".
Paulo Bernardo enfatizou que o governo não vai influenciar na escolha das cidades. Por outro lado, declarou que Lula liberou os ministros para atuar por seus estados. Os municípios escolhidos, segundo Bernardo, terão prioridade em obras de mobilidade urbana, como a construção de novas avenidas e de projetos de integração de transporte.
O ministro conversou com o presidente da comissão gestora do Comitê Executiva, o governador em exercício Orlando Pessuti (PMDB). "Acho que as coisas estão bem encaminhadas para Curitiba, mas como me disse o próprio Pessuti, é bom ficar atento em todos os detalhes." Além da reunião com Paulo Bernardo, o peemedebista teve encontros com o chefe de gabinete do presidente, o londrinense Gilberto Carvalho, e com o ministro do Turismo, Luiz Barretto.
O evento mais importante de Pessuti foi um almoço com a bancada paranaense no Congresso Nacional. Ele pediu aos 30 deputados federais e 3 senadores do Paraná um documento assinado por todos com o apoio para a realização da Copa em Curitiba. O material deve ser encaminhado nos próximos dias à CBF.
Pessuti negou que essa seja uma exigência do presidente da confederação, Ricardo Teixeira. "A CBF não pediu nem insinuou nada a esse respeito, mas nós sabemos que é importante." Segundo ele, essa será mais uma demonstração de que não há qualquer impedimento político para a escolha da capital paranaense.
O governador em exercício ressaltou que as rusgas entre Teixeira e o senador Alvaro Dias (PSDB) também estão esquecidas. Entre 2000 e 2001, o parlamentar presidiu a CPI do Futebol, que quebrou o sigilo bancário do dirigente. "Se isso podia nos prejudicar, foi apenas no passado. Tenho percebido tanto por parte do senador quanto do presidente da CBF um comportamento em que ambos não têm valorizado intrigas ou rusgas."
Alvaro, que participou do encontro, declarou que não vê possibilidades de Curitiba ser excluída. Também não quis polemizar sobre a entrevista concedida por Teixeira à Gazeta do Povo em outubro, na qual o dirigente elogia o prefeito Beto Richa (PSDB) em tom de provocação ao senador. "Há certas rejeições que apenas melhoram o currículo", disse.
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