Lula regulamenta a Timemania, a redenção do futebol brasileiro

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou nesta desta terça-feira (14) em Brasília, a nova loteria Timemania, que promete "salvar" os clubes brasileiros de dívidas com a União. O texto regulamentado por Lula define as regras de aplicação da loteria que irá utilizar os escudos dos times de futebol das séries A, B e C para as apostas.

Os clubes de futebol brasileiro passam a ter o direito de parcelar dívidas com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), a Secretaria da Receita Federal do Brasil (SRFB), a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) e com o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Parte da renda obtida com as apostas será destinada a quitar essas dívidas, que poderão ser parceladas em até 240 meses. Caso o valor arrecado não cubra o total da parcela, o clube precisa completar o valor – que não pode ser superior a R$ 50 mil por mês.

A lei que criou a Timemania foi aprovada em setembro de 2006 e após alguns ajustes só foi regulamentada nesta terça. Os clubes interessados poderão aderir à loteria já a partir dessa quarta-feira (15) e só poderão fazer a adesão equipes que apresentem documentação que comprove que seus dirigentes não têm contra si nenhuma condenação por crime doloso ou contravenção em qualquer instância da Justiça.

Segundo o presidente Lula, a nova loteria é uma das medidas já adotadas pelo governo federal para solucionar os problemas do futebol brasileiro. "Precisamos achar um jeito de motivar os torcedores a voltarem para os estádios. Acredito que a Timemania é uma das alternativas, porque a qualidade dos times é um dos maiores incentivos", disse.

"A regulamentação da Timemania é uma grande iniciativa do Governo Lula, por meio do Ministério do Esporte, para a melhoria das condições do futebol brasileiro. Com esta possibilidade dos clubes sanarem suas dívidas os benefícios são enormes, já que o governo receberá o dinheiro dos impostos pendentes, os clubes poderão investir mais em jogadores e infra-estrutura e a torcida poderá ver seus times cada vez melhores", destacou o presidente do Fórum Nacional dos Gestores de Esporte, Ricardo Gomyde.

Os paranaenses

Após acompanharem o evento ao lado do presidente Lula, do ministro do Esporte, Orlando Silva, do presidente do Clube dos Treze, Fábio Koff e do presidente Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, os presidentes de Atlético, Coritiba e Paraná embarcaram no mesmo vôo de volta para Curitiba.

Ainda durante o embarque, o presidente do Coritiba, Giovani Gionédis, comentou sobre a nova loteria. "É um passo importante para uma nova etapa do futebol brasileiro. A loteria vai proporcionar aos clubes a chance de passar uma borracha nas dívidas tributárias e isso vai facilitar muito a gestão de um clube. Além de não precisar se preocupar com isso, o time terá receitas novas e poderá ter os impostos em dia".

Falando genericamente, ou seja, sobre o benefício para todos os clubes, Gionédis destacou que os times começam a ter vantagens desde já. "O parcelamento da dívida com o INSS, por exemplo, faz com que os clubes deixem de gastar com isso e já comecem a se beneficiar. Ainda não é possível projetar quais serão os valores para os clubes. Precisamos esperar que a loteria comece a funcionar e ver como foi a aceitação dos torcedores".

O dirigente explicou que algumas das regras técnicas só foram apresentadas aos clubes nesta terça-feira e nos próximos dias todos estarão mais interados sobre a loteria. "O importante é que será uma fonte de renda extra para os clubes que deverão administrar os recursos com competência".

Já dentro do avião, o presidente do Paraná Clube, José Carlos de Miranda, foi rápido ao destacar a importância da loteria. "A Timemania é excelente. Será a redenção do futebol brasileiro. Para o Paraná Clube foi ótimo", disse pouco antes de desligar o celular a pedido da comissária de bordo.

A reportagem da Gazeta do Povo Online tentou entrar em contato com o presidente do Conselho Gestor do Furacão, João Augusto Fleury da Rocha, que estava na poltrona da frente do presidente paranista. Mas, pelos procedimentos padrões nos aeroportos, o telefone do dirigente já estava desligado.