O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, finalmente, resolveu dar uma mãozinha aos clubes de futebol do país. Ele sancionou nesta quarta-feira, dia 18 de julho, a Timemania, loteria com escudo de 80 times das Séries A, B e C, que tem por objetivo arrecadar R$ 500 milhões por ano. Com isso, espera sanear parte das dívidas dos clubes com o INSS, FGTS e Receita Federal, que gira em torno de R$ 900 milhões.
- É o primeiro gesto do governo para ajudar os clubes. Isso acontece no mundo inteiro, inclusive na Europa, onde os times são ricos. É uma medida inteligente, que interessa a todos: dirigentes, torcedores e governo - afirma Juvenal Juvêncio, presidente do São Paulo.
Das três emendas polêmicas da Timemania, duas foram vetadas por Lula. O direito de optar, e não ser obrigado, a transformar o clube em sociedade anônima foi mantido. Mas o pedido de parcelamento sem retirar as ações na Justiça e a extensão da isenção fiscal de entidade filantrópica de três para cinco anos foram indeferidos pelo presidente da República.
- O que conseguimos foi uma grande conquista. O prazo de quitação do que devemos passou de 15 para 20 anos. Apesar de não termos o direito de desistir da loteria, só adere à Timemania quem quer. E se um clube for expulso, continuará honrando seu compromisso com o governo federal, já que cedeu sua imagem para a Caixa Econômica Federal pelos mesmos 20 anos - pondera o dirigente do Tricolor Paulista.
A entrada em vigor da Timemania é fundamental para os clubes adquirirem capacidade de investimento e financiamento. O que só deve acontecer no início do ano que vem. Embora o ministro do Esporte, Orlando Silva, tenha prometido regularizar a loteria no dia 30 de julho, os clubes ainda terão um prazo de 90 dias, a partir da regularização, para aderir ao jogo do governo federal.
- Estou muito satisfeito com o que foi sancionado. Depois que fizermos as declarações negativas de débitos, tudo vai ficar mais fácil - acredita o presidente do Flamengo, Márcio Braga.
Entenda a Timemania:
Os clubes ficarão com 25% do montante arrecadado: 65% para a Série A, 25% para a Série B e 10% para a Série C. Outros 46% da arrecadação serão destinados aos prêmios. O que sobrar será utilizado para custear os gastos com a loteria (20%), projetos sociais do Ministério do Esporte (5%), Fundo Penitenciário Nacional (3%) e seguro social (1%).
As cartelas serão vendidas em bancas de jornais e casas lotéricas por um valor em torno de R$ 2.
Os clubes não são obrigados a aderir à Timemania. Mas os que optarem pelo financiamento podem ser punidos caso não cumpram com as responsabilidades acordadas com a Caixa Econômica Federal.
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