Até fevereiro de 2013, quando o MMA feminino foi incorporado ao UFC, a lutadora curitibana Cristiane Justino reinava absoluta como principal atleta do esporte. Dois anos depois, a nocauteadora, mais conhecida como Cris Cyborg, agora tem de dividir o trono.
Não há como citar a brasileira sem mencionar sua antagonista, a americana Ronda Rousey. Elas nem sequer se enfrentaram, mas a rivalidade já é das mais ferozes. A troca de farpas nas redes sociais e na imprensa virou habitual – sem limite de provocações.
Com apenas quatro anos de carreira no MMA, Rousey, campeã peso-galo (até 61 kg) do UFC, usou o artifício para ganhar notoriedade. Pelo menos essa é a opinião da atleta paranaense formada na academia Chute Boxe.
“Ela [Ronda] usou um erro meu [doping por esteroide anabolizante, em 2011] para se levantar porque ninguém sabia quem ela era”, dispara a campeã peso-pena (até 66 kg) do Invicta FC, torneio exclusivamente feminino. “Por tudo o que falou, ela vai ter de ouvir meu nome pelo resto da vida. Vou ser o calo no sapato dela”, cutuca.
No último mês, Cyborg finalmente assinou com o UFC, acabando com o primeiro empecilho para a luta sair do papel. Agora, a paranaense precisa provar que consegue competir na divisão de 61 kg, o que um dia ela chegou a dizer ser impossível do ponto de vista médico.
Depois do dia 10 de julho, quando defenderá o cinturão do Invicta novamente, as portas estão abertas para o duelo Ronda x Cyborg acontecer. O renomado nutricionista esportivo George Lockhart foi contratado para ajudar no processo. Fora de treinamento, ela pesa em torno de 75 kg.
“Não é que não vou bater o peso porque não quero. Vou tentar, o UFC sabe disso. Mas depende do meu corpo. Não quero ficar debilitada. Não vou ser burra de não lutar 100%”, explica Cyborg, cuja principal característica é a força – 11 de suas 13 vitórias foram por nocaute.
A única derrota da curitibana em sua estreia profissional, em 2005, foi por finalização, exatamente a especialidade da arquirrival. Rousey, que chegou ao status de celebridade nos Estados Unidos, venceu 9 de suas 11 lutas por chave de braço.
Medalhista de bronze no judô na Olimpíada de Pequim, em 2008, a americana virou atriz de filmes de ação em Hollywood. Mas mesmo dividindo o foco, segue insuperável no octógono. Seus últimos três triunfos combinados, por exemplo, somam apenas 1min36s de tempo no ringue.
“Ela é boa no judô, tem o arm lock [chave de braço] como especialidade, está melhorando na luta em pé, mas nunca pegou uma adversária que a deixasse no sufoco. Nunca foi testada, nunca bateram nela”, crava Cyborg, faixa-marrom de jiu-jítsu e preta de muay thai.
A rivalidade é tanta que a última luta de Ronda no UFC, em Los Angeles (28/2), aconteceu um dia depois de Cris lutar na mesma cidade.
Coincidência? É claro que não. Antes dos eventos, o principal assunto foi uma possível superluta entre as desafetas. Além do incentivo financeiro para o duelo acontecer, esportivamente as lutadoras só têm a ganhar.
“Não quero encerrar a carreira e ter de ouvir que poderia ter sido melhor se tivesse enfrentado a Ronda e acredito que o mesmo serve para ela”, fecha a curitibana, que trabalha com a possibilidade de lutar com peso combinado, caso não consiga fazer a troca de categoria.
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